Crescimento depende de investimentos e aumento da competitividade, diz CNI

01/03/2013 - 21h39

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília –  A melhora na economia em 2013, que teve um crescimento de 0,9% em 2012 e desempenho negativo na indústria com queda de 0,8% no mesmo período, depende de expansão dos investimentos e do aumento da competitividade. A avaliação é do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade.

Andrade disse que a agenda do investimento no Brasil é extensa e deve incluir incentivos à poupança interna, em consonância com os instrumentos de política cambial, monetária e fiscal. “O país precisa elevar os investimentos públicos e garantir o êxito dos programas de concessão e das parcerias público-privadas nas obras de infraestrutura”, disse.

No entender do presidente da CNI, o fraco desempenho da economia em 2012 se caracterizou pelo descompasso entre a expansão do consumo das famílias, que cresceu 3,1%, e dos investimentos, que caíram 4%. Com isso, a participação dos investimentos no Produto Interno Bruto (PIB) baixou de 19,3% para 18,1%, comparado a 2011, no mesmo patamar de 2009.
 
Essa participação é a menor taxa de investimento entre os países em desenvolvimento e entre os principais emergentes. Na China, esses índices representam 47,8% do PIB; na Índia, 36%; na Rússia, 23,5%; e na África do Sul, 21%. Um dos fatores que explicam a taxa de investimento no Brasil é a poupança interna, cuja participação no PIB foi apenas 14,8% em 2012, o mesmo nível de 2002, e com poupança baixa, faltam recursos para investimentos.

A presidenta da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia  Abreu (PDS-TO), disse que o recuo de 2,3% no desempenho da agropecuária reflete os efeitos da seca no período de desenvolvimento das culturas e do excesso de chuva na época da colheita.

O desequilíbrio climático, segundo Kátia Abreu, provocou perdas significativas na renda do produtor e na cadeia produtiva, o que reforça a necessidade de se aperfeiçoar os instrumentos de gestão de risco no agronegócio brasileiro; em especial do seguro rural. “É a única maneira de manter a renda estabilizada e o nível de investimentos, minimizando os reflexos do setor”, disse.

Kátia Abreu disse que o agronegócio caiu 1,89% no ano passado. Ela está otimista, porém, quanto à possibilidade do setor retomar o dinamismo neste ano, em função da estimativa de uma safra recorde, avaliada em 184 milhões de toneladas de grãos e de 596 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.

Edição: Fábio Massalli

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