Para medir crescimento da economia, PIB desconsidera matérias-primas e bens usados

01/03/2013 - 9h07

Kelly Oliveira e Wellton Máximo
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país. O Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE) calcula a quantidade e os valores de tudo o que é produzido, como carros, pães e salários. Para evitar contagens repetidas de um mesmo bem, as matérias-primas são desconsideradas. Somente o valor acrescentado em cada etapa da produção é registrado. Bens usados e revendidos também são excluídos porque o objetivo é medir apenas a produção do ano de referência.

A medição abrange todos os setores da economia – agricultura, comércio, serviços, indústria e governo. Exportações e importações de bens e serviços também são registradas. Com base nesse valor, chega-se ao PIB nominal. Para chegar ao crescimento real da economia, o IBGE precisa ainda descontar a inflação em relação ao ano anterior, o que faz o cálculo considerar apenas a variação nas quantidades produzidas.

O economista Newton Marques, professor da Universidade de Brasília (UnB), explica que o cálculo é feito com base na quantidade e no preço médio dos produtos, descontados os insumos (por exemplo, despesas com material para produzir, salários e impostos). “Por isso é que o PIB é o valor agregado. O que agregou ao produto”, disse.

Marques lembra que a importância do PIB como indicador econômico está na capacidade do país de gerar emprego. “Se o país tem crescimento do PIB muito baixo, isso mostra que a economia não está conseguindo gerar postos de trabalho suficientes tanto para os que estão desempregados quanto para as pessoas que estão entrando no mercado de trabalho”, disse.

Atualmente, lembra Marques, a crise econômica internacional tem afetado o crescimento dos países. “Isso acaba fazendo com que o PIB uma hora cresça muito e outra hora cresça menos. A crise afeta bastante as economias que são dependentes, como a do Brasil”, disse. O economista acrescentou que as oscilações do PIB ao longo dos últimos anos é também consequência de uma economia que está sendo ajustada, após enfrentar períodos de inflação muito alta.

Para este ano, a expectativa de Marques é que o PIB cresça entre 3% e 3,5%, com a melhora na confiança dos empresários. Para o professor, o setor privado deve responder aos incentivos dados pelo governo e investir mais este ano. “No ano passado, os empresários não investiram na produção. Não acreditaram que havia demanda suficiente porque o governo vacilou muito. Não foi uma política firme”, disse.

 

 

 

Edição: Juliana Andrade

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