Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Moradores de Santa Teresa, na área central da cidade, estão impedindo, neste momento, que uma carreta leve a carcaça de um bonde da oficina no bairro, para a sede da empresa T-Trans, em Três Rios, no centro-sul fluminense. Os manifestantes vão manter a carreta parada no Largo do Guimarães, em frente ao Restaurante Adega do Pimenta, até que algum representante da Casa Civil do estado ou da Companhia Estadual de Engenharia de Transporte e Logística do Rio de Janeiro (Central), responsável pelos bondes, venha negociar com os moradores a utilização de bondes que melhor se adaptem à realidade da população do bairro.
A Associação dos Moradores de Santa Teresa (Amast) protocolou duas cartas para a Casa Civil do Rio de Janeiro e recolheu 14 mil assinaturas para discutir com o governo o tipo de bonde que melhor se adapte ao traçado do bairro, formado por muitas ladeiras. A empresa T-Trans ganhou a licitação em 2005, no valor de R$ 14 milhões, para a construção de 14 bondes, mas entregou sete, dois anos depois. Depois de três anos de uso, os bondes foram retirados de circulação.
Uma das representantes da Amast, Debora Lerrer, disse hoje (18) que os antigos bondes de Santa Teresa, com 115 anos anos de uso, como o acidentado Bonde 10, "garantiam o serviço, mas sem manutenção mínima, resultaram na grande causa do trágico acidente de agosto de 2011, que matou seis pessoas".
Debora diz que, apesar de todas as denúncias da associação de moradores, do tombamento do bonde pelo Instituto do Patrimônio Artístico Nacional (Iphan) e das sentenças judiciais favoráveis às propostas dos moradores, "a mesma T-Trans ganhou a licitação no ano passado, que está sub judice, para modernizar os bondes".
As 14 mil assinaturas dos moradores de Santa Teresa é para garantir que os antigos bondes centenários sejam restaurados, reconstruídos e adaptados como sempre funcionaram nas ladeiras do bairro, informou Jacques Schwarzstein, outro representante da associação de moradores. "A T-Trans quer fazer bondes fechados, nos mesmos moldes dos que fracassaram recentemente para atender aos turistas e não para transportar os passageiros do bairro", diz.
Edição: Fábio Massalli
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