Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Para autorizar o funcionamento de parques de diversão, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (Cbmerj) avalia o cumprimento das normas de segurança contra incêndio e pânico, mas não analisa a parte estrutural dos brinquedos. Este ano foram encaminhados em média 15 pedidos de autorização por mês, mas 20% foram negados por falta do laudo de engenheiro credenciado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) e pelo desrespeito aos requisitos de lotação e de escape, como o tamanho das saídas de emergência.
Segundo a Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop), o município do Rio de Janeiro tem apenas quatro parques autorizados a funcionar com alvarás definitivos - ficam fixos em locais determinados. Quanto à estatística de acidentes, nem o Cbmerj nem a Secretaria Estadual de Saúde tem o registro dos números.
Apesar de também não ter dados sobre acidentes, o presidente da Associação das Empresas de Parques de Diversão do Brasil (Adibra), Francisco Donatiello Neto, garante que os parques são seguros. “Embora tenhamos tido notícias de alguns acidentes em parques, podemos afirmar que é um acidente para cada dez milhões de usuários. Essa é a estatística. É muito raro e nós trabalhamos para que não ocorra nenhum acidente.”
A Adibra representa cerca de 80 empresas, responsáveis por 320 parques em todo o país, entre temáticos, aquáticos, itinerantes e indoor.
“A gente luta para melhorar o nível de segurança desses parques menores, com menos condições econômicas. Não importa o tamanho e o poder aquisitivo. A segurança tem que ser inegociável. Se você não tem condições de ter um parque seguro, então não deve ter um parque.”
A Adibra é ligada à International Association of Amusement Parks and Attractions (Iaapa), associação mundial de parques de diversão, e de acordo com Donatiello, todos os parques seguem as normas internacionais de segurança. A Adibra também participou da elaboração das normas para parques de diversão da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), lançadas em março do ano passado.
Donattielo lembra que todo brinquedo tem que ter placas de restrições ergonômicas, fóbicas e patológicas na entrada do equipamento, além de passar pela manutenção periódica indicada pelo fabricante. A cada seis meses os parques fixos devem ser fiscalizados por engenheiros, que emitem um documento para autorizar o funcionamento. No caso dos parques itinerantes, a fiscalização deve ser feita a cada montagem.
Edição: Andréa Quintiere