Danilo Macedo
Enviado especial da EBC
Londres (Reino Unido) - No último dia dos Jogos Olímpicos de Londres, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) fez um balanço da participação dos atletas do país nas competições. Apesar de ter alcançado a meta de medalhas, alguns resultados do Brasil foram classificados como “pontos de atenção” para o trabalho que se segue até 2016. Entre eles, o fato da ginástica artística feminina não ter chegado a nenhuma final.
O presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, disse que a causa não é segredo para ninguém. “Ela se deveu a uma briga política dentro da confederação. Isso prejudicou os atletas e trouxe um dano muito grande à ginástica do Brasil”, disse. Nuzman afirmou que o problema é um dos maiores dentro da entidade e que precisa ser resolvido para que a equipe se classifique para as Olimpíadas do Rio, em 2016.
Outros pontos de atenção levantados pelo COB são a ausência de medalhas no atletismo, hipismo e taekwondo, o basquete e o futebol femininos fora das semifinais, a vela com apenas uma medalha, a natação com apenas duas e o handebol masculino nem sequer foi classificado para participar dos jogos. Segundo o superintendente executivo do COB, Marcus Vinícius Freire, esses pontos serão tratados nas reuniões que começam a ser feitas com as confederações de cada modalidade no Brasil.
Quanto aos destaques, além da meta de medalhas ter sido alcançada, o COB ressaltou o primeiro ouro no judô feminino e na ginástica artística masculina, o recorde brasileiro de quatro medalhas no judô e no vôlei, e de três no boxe. De acordo com Freire, 57 atletas brasileiros conquistaram medalhas em Londres, somando as modalidades individuais e coletivas.
Apesar das 17 medalhas representarem o maior número já alcançado pelo Brasil numa única edição olímpica, é preciso ganhar bem mais para atingir a meta de ficar entre os dez primeiros no ranking de medalhas no Rio. Serão necessárias pelo menos 25 medalhas. Para isso, mais modalidades precisam conquistá-las. Em Londres, apenas sete modalidades conseguiram subir ao pódio. “Precisamos de 13 modalidades medalhando”, disse Freire.
A “cereja do bolo” na preparação para as competições, segundo o superintendente, foi o Crystal Palace, centro de treinamento no sul de Londres que abrigou mais de 100 atletas, que podiam treinar em espaços exclusivos, além de salas para a telemedicina e a ciência do esporte do COB. A novidade na preparação custou R$ 3,2 milhões. O gasto total em Londres chegou a R$ 11,6 milhões.
Na comparação com o ciclo olímpico de Pequim, os investimentos oriundos da Lei Agnelo/Piva passaram de R$ 230 milhões para R$ 331 milhões nos quatro anos até Londres. Freire observou que grandes potências gastam, em média, mais de US$ 1 bilhão. Enquanto a Grã-Bretanha, com uma área mais de 30 vezes menor que a do Brasil e menos de um terço da população, tem sete centros multiesportivos de treinamento, o país não tem nenhum, comparou Freire.
Edição: Carolina Pimentel