Plano para as Olimpíadas do Rio focará experiência internacional dos atletas

11/08/2012 - 12h05

Danilo Macedo
Enviado especial da EBC

Londres (Reino Unido) - O governo federal vai lançar, após os Jogos Olímpicos de Londres, um plano de investimentos focado em 2016, quando as competições serão realizadas no Rio de Janeiro. A meta é, em casa, ficar entre as dez nações com mais medalhas conquistadas. Em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, disse que um ponto-chave que será contemplado é a participação dos atletas brasileiros em mais competições internacionais.

“É muito importante que o atleta brasileiro tenha, cada vez mais precocemente, essa experiência internacional. É muito difícil para o atleta estar fora de casa, num país com outra língua, outra culinária, tudo diferente”, disse Leyser, explicando que o trabalho será feito com as seleções sub-21 e sub-19 visando aos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. “Se, desde cedo, ele está acostumado com isso, quando chegar a hora dos Jogos Olímpicos, onde um resultado é decidido por milésimo de segundo, por uma braçada, um ponto que você acerta ou erra, o atleta vai estar mais preparado para lidar com essa pressão”.

Além das competições, Leyser ressaltou o trabalho feito com comissões e técnicos estrangeiros, como os das seleções brasileiras de basquete masculino e de handebol feminino, que demonstraram evolução nas equipes. “Esse caminho também precisa ser perseguido e esse investimento reforçado”.

O secretário disse que, antes do anúncio do plano, será feita uma análise do desempenho e das necessidades de cada esporte. “Vamos ter que individualizar isso e fazer uma análise técnica muito apurada para que em 2016 a gente possa estar entre os dez primeiros. Toda modalidade precisa focar os Jogos Olímpicos de 2016 para ter o seu melhor desempenho da história dentro de casa”.

Para garantir a colocação entre as dez potências com maior número medalhas daqui quatro anos, a conta é que o país precisará conquistar cerca de 30 medalhas, o dobro das conquistadas em Pequim e 14 a mais do que as já garantidas em Londres até o momento. O número também representa quase 30% das medalhas conquistadas pelos atletas brasileiros na história das olimpíadas.

“O Brasil não tinha uma grande tradição olímpica. Mais da metade das nossas medalhas vêm das Olimpíadas de Atlanta, em 1996, para cá. O Brasil vai descobrindo, vai criando uma tradição nesses esportes olímpicos a partir desse momento”, disse Leyser. Entre as estratégias para aumentar o número de medalhas, está o foco em modalidades individuais que o país já vem desenvolvendo e tendo bons resultados, como judô e o boxe.

Edição: Fernando Fraga