Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Na decisão em que manda soltar Gleyb Ferreira da Cruz, suposto braço direito do empresário Carlinhos Cachoeira na exploração ilegal de jogos no Centro-Oeste do país, o desembargador Fernando Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), relativizou a suposta atividade ilegal do grupo. Segundo Tourinho, mesmo ilegais, os jogos de azar são “largamente aceitos” pela sociedade.
O desembargador disse que o estado de Goiás editou duas leis que autorizavam a exploração de jogos de azar e que só em 2007 o STF derrubou a prática. “Veja-se que muitos setores da sociedade defendem a legalização dos jogos de azar, visto que a prática é largamente aceita pela sociedade em geral, ainda que seja ilegal”, ressalta em trecho da decisão.
Tourinho também entende não existe crime de formação de quadrilha para pessoas que exploram jogos de azar, lembrando que o principal crime imputado a Gleyb é justamente o da contravenção. Segundo apurações da Polícia Federal, o auxilar de Cachoeira era “laranja” em empreendimentos do empresário e era considerado seu braço direito.
Apesar de ter conseguido habeas corpus no TRF, Gleyb da Cruz não poderá ser solto porque é alvo de outro mandado de prisão, segundo confirmou o Ministério Público do Distrito Federal. Ele é acusado de participar de esquema de fraude na área de transporte público no Distrito Federal. É a mesma situação vivida por Cachoeira, que continua preso em Brasília após ter conseguido alvará de soltura da Justiça Federal.
Edição: Fábio Massalli