Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse hoje (20) que o Ministério Público está se mobilizando para apurar as supostas ameaças à procuradora Léa Batista, que atua na Operação Monte Carlo. Ela foi uma das responsáveis pela denúncia que levou à prisão o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de liderar esquema de corrupção, tráfico de influência e exploração ilegal de jogos no Centro-Oeste.
“Estamos movimentando toda a nossa estrutura para que ela tenha o apoio necessário e, se for o caso, pedir o apoio da Polícia Federal”, disse Gurgel, ao se pronunciar pela primeira vez sobre o caso durante intervalo da sessão do Supremo Tribunal Federal. O procurador disse que irá entrar em contato com a procuradora assim que deixar a sessão.
Segundo Gurgel, que também preside o Conselho Nacional do Ministério Público, a instituição fará uma avaliação sobre os reais riscos pelos quais passam os procuradores para saber se há necessidade de reforço na segurança ou se a estrutura existente é suficiente. “O Ministério Público não pode correr o risco de ser surpreendido em razão de alguma ameaça”.
Léa e Daniel Resende são os representantes do Ministério Público na Operação Monte Carlo, em Goiás, enquanto o procurador Carlos Alberto Vilhena gerencia os desdobramentos do caso no Tribunal Regional Federal da Primeira Região, em Brasília. Gurgel disse que não tem notícia de que os outros procuradores do caso tenham sofrido ameaças.
Segundo nota divulgada ontem pela Associação Nacional dos Procuradores da República, Léa recebeu um e-mail anônimo na semana passada com referências à Operação Monte Carlo. A mensagem dizia que a atuação da procuradora foi muito dura no caso, incriminando pessoas que não tinham culpa, enquanto a família de Cachoeira continuava explorando jogos ilegais em Goiás mesmo depois da prisão dele.
Edição: Rivadavia Severo