Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Começou hoje (20), às 20h09 (horário de Brasília), o inverno no Brasil. A informação é do Observatório Nacional (ON). A estação termina às 11h49 do dia 22 de setembro, quando tem início a primavera. Conforme o observatório, o início das estações é marcado pelo comprimento do dia e da noite.
“A entrada do verão e do inverno é marcada, então, pelo solstício – comprimento diferente do dia e da noite –, enquanto a primavera e o outono são marcados pelo equinócio – dia e noite com comprimento igual.” O ON explica ainda que a palavra solstício vem do latim, que significa 'sol parado'. E equinócio significa 'noites iguais', quando o número de horas do período do dia é igual ao número de horas do período da noite.
Na passagem do outono para o inverno, ocorre a noite mais longa do ano e o dia mais curto. Em Brasília, o ON registra a escuridão a partir das 17h49 e prevê o início da claridade às 6h37 de amanhã (uma noite de 12 horas e 48 minutos). Com menos sol (menos energia), as massas de ar são menos aquecidas – o que favorece a diminuição das temperaturas.
O oposto se verifica nos países do Hemisfério Norte, onde começa o verão. A mesma dinâmica oposta é verificada de forma mais acentuada nos extremos da Terra (latitudes maiores). Quanto mais longe da Linha do Equador maior a variação.
Na próxima sexta-feira (22), começam a ser divulgadas as previsões de temperatura para a estação no Brasil. Amanhã, a rede de observatórios meteorológicos reúne-se no Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), São José dos Campos (SP), para fazer uma análise consensual sobre como deverá ser o clima no território nacional durante o inverno.
Segundo Luiz Cavalcanti, chefe do Centro de Análise e Previsão do Tempo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para o inverno feita no mês passado indicava que a estação seguirá os “padrões normais”de temperatura e de regime de chuva observados anualmente – como a temperatura baixa na Região Sul e a estiagem na Região Norte.
Para Cavalcanti, não será observada nenhuma mudança brusca do comportamento climático que possa dar fôlego à tese de aquecimento global e mudança climática. “Não defendo que haja flutuações de clima”, disse à Agência Brasil. Se as flutuações estão ocorrendo, segundo o meteorologista, isso ocorre a longo prazo, ou seja, em um período observável em intervalos de pelo menos mil anos, e não guardam relação, necessariamente, com o efeito estufa.
A mesma opinião tem a física Josina Oliveira do Nascimento, da Coordenação de Astronomia e Astrofísica do ON. “Não dá para ser categórico ou determinista”, disse referindo-se a eventuais alterações do clima. “Isso não quer dizer que só agora está acontecendo isso”.
Segundo ela, o homem observa o clima e a passagem das estações desde antes de Cristo, por causa da atividade agrícola. Os nomes das estações são herdados do latim. Segundo o Dicionário Houaiss, a palavra inverno tem origem na palavra hibernum.
Edição: Lana Cristina