Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O depoimento do advogado Ruy Cruvinel no Conselho de Ética do Senado, que ocorreria hoje (22) de manhã, foi desmarcado. Ele é testemunha de defesa no processo de quebra de decoro parlamentar contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). O advogado alegou motivos pessoais para não comparecer à sessão. A alegação de Ruy Cruvinel foi recebida na noite de ontem (21), pela Secretaria do Conselho de Ética. Diante da ausência da testemunha, o órgão vai analisar requerimentos na sessão de hoje.
A justificativa é a de que, por razões pessoais e familiares, ele não gostaria de se expor. “O que vamos fazer daqui para a frente é dar continuidade ao processo. Em verdade, termina gerando um prejuízo ao senador Demóstenes, na medida em que ele era uma testemunha de defesa", disse o presidente do Conselho de Ética, senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE).
O Conselho de Ética quer decidir a situação do senador Demóstenes antes do recesso parlamentar, marcado para iniciar em 17 de julho. Valadares disse que, mesmo com a ausência da testemunha, o conselho não mudará o prazo estipulado para a oitiva das testemunhas. Segundo ele, o último dia marcado para depoimentos será 28 de maio, quando o colegiado pretende ouvir o senador Demóstenes Torres.
O relator, senador Humberto Costa (PT-PE), quer concluir seu parecer e o submeter à apreciação do conselho até o final deste mês. Aprovado pelo colegiado, o parecer segue para o plenário do Senado que vai decidir qual pena será aplicada a Demóstenes. A perda do mandato, uma das sanções previstas, deve ser votada de forma secreta, pelos senadores.
Além de Ruy Cruvinel, a defesa de Demóstenes apresentou como testemunha o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Ele está preso acusado de envolvimento com jogos ilegais e por comandar uma rede de influência com a participação de políticos, entre eles, o próprio senador Demóstenes. O depoimento de Cachoeira no Conselho de Ética está marcado para amanhã, às 14 horas.
Hoje à tarde, a expectativa é que Carlinhos Cachoeira preste depoimento na comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que investiga a relação dele com agentes públicos e privados.
Edição: Talita Cavalcante