Luciana Lima
Repórter de Agência Brasil
O relator da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse hoje (22) que é crescente a necessidade de quebra de sigilo da empresa Delta nacional. Ele chegou a essa conclusão após analisar os dados bancários das filiais da empresa Delta Construções no Centro-Oeste. A CPMI quebrou o sigilo das empresas nos estados da região na semana passada.
O relator identificou que o ex-diretor da empresa Cláudio Abreu movimentou contas nacionais da empresa. "As contas da Delta nacional movimentadas por Cláudio Abreu foram instrumentos de transferências de dinheiro para empresas laranjas ou ligadas à organização criminosa. É um indício forte", disse o relator.
"Eu não analisei todos os documentos, mas, com certeza, aumentam os indícios e a probabilidade de nós quebrarmos o sigilo da Delta nacional", avaliou.
A quebra de sigilo da representação da empresa em todos os estados da Região Centro-Oeste ocorreu na semana passada. Na ocasião, o relator foi contrário à aprovação de quebra de sigilo da matriz da empresa, alegando não ter observado indícios suficientes do envolvimento da Delta nacional no suposto esquema liderado pelo empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira.
Hoje, Cunha disse que as suspeitas apontam que Cláudio Abreu tinha procuração e autorização dos donos da empresa para movimentar as contas nacionais. "Este é mais um indício contundente e forte de que diretores nacionais da Delta tinham conhecimento do envolvimento de Cláudio Abreu com o contraventor", disse o relator.
"Nós já temos condições de afirmar que Cláudio Abreu movimentava as contas da Delta nacional. Ele era procurador. Logo, para fazer isso, ele tinha que ter conivência dos diretores nacionais", disse o relator.
Edição: Fábio Massalli