Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Uma passeata de bicicletas fechou na noite de hoje (6) um dos sentidos da Avenida Paulista, região central da cidade de São Paulo. Os ciclistas protestaram contra as frequentes mortes no trânsito e pediram mais atenção do Poder Público para a importância do veículo de duas rodas como meio de transporte. O ato foi programado para ocorrer simultaneamente em 26 cidades do país.
Os manifestantes paulistanos pintaram bicicletas brancas no local onde a bióloga Juliana Dias foi atropelada por um ônibus na semana passada. Eles também trocaram as flores e deixaram mensagens no monumento, uma bicicleta branca com um capacete furado, feito em homenagem a ciclista. É o segundo monumento do tipo, chamado de ghost bike (bicicleta fantasma), erguido na avenida em homenagem a ciclistas mortos no trânsito.
O membro da organização não governamental Ciclo BR, Felipe Aragonez, disse que o ato busca fomentar o respeito aos ciclistas e exigir uma postura mais firme do Poder Público no caso dos acidentes. “A gente pede que as pessoas respeitem, cumpram o Código de Trânsito. E que os órgãos competentes fiscalizem e punam as pessoas”.
A secretaria Luciana Spedine, que participou da passeata, desenhou em um cartaz os três filhos e pendurou nas costas uma frase: “Eles me esperam em casa. Compartilhe a via e a vida”. Ela contou que faz todos os dias um trajeto de 10 quilômetros de casa para o trabalho e frequentemente passa por situações de risco no percurso. “A questão é a falta de conhecimento e atenção. A gente vê que alguns não veem a gente ou porque estão no celular, ou ouvindo rádio, ou pensando na vida”.
Mesmo assim, Luciana disse quer persiste no uso da bicicleta para ganhar tempo, manter a saúde e educar os filhos. “É uma forma de eu dar um exemplo para os meus filhos. Não quero que a minha filha tenha medo no futuro de andar de bicicleta”.
Edição: Rivadavia Severo