Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com a ampliação da fábrica da Renault no Paraná e a construção de uma planta da Nissan em Resende, no sul do estado do Rio, anunciadas hoje (1º), o grupo franco-japonês deve reduzir as importações de carros para o Brasil. Segundo o presidente mundial da empresa, o brasileiro Carlos Ghosn, as duas marcas pretendem aumentar o índice de nacionalização dos veículos vendidos no país.
O executivo disse que, atualmente, a maioria dos carros da Nissan vendidos no país são importados, principalmente do México. Enquanto o Brasil deve se tornar, até o final do ano, o segundo maior mercado da Renault, perdendo apenas para a França, para a Nissan ainda figura como um mercado potencial. “O que queremos fazer é manter um mercado estratégico para a Renault, mas também permitir à Nissan contribuir mais com o desenvolvimento do mercado brasileiro". disse o Ghosn.
Com relação ao aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre carros importados, Ghosn disse que a decisão incentiva as montadoras a produzir localmente. Segundo ele, o índice de 65% de nacionalização para que o veículo não pague a alíquota é baixo se comparado ao de outros países que recebem investimentos das montadoras globais. A China, por exemplo, exige uma taxa de nacionalização de peças e partes de 90% e a Índia, de 95%.
Ghosn disse que a meta da aliança Renault-Nissan é dobrar a participação atual no mercado brasileiro, de 6,5% (5,5% da Renault e 1% da Nissan). Essa fatia de mercado está, inclusive, abaixo dos 10% de participação da companhia nas vendas em nível mundial. Segundo Gosn, até 2016, a participação da empresa no mercado mundial será 8% com a Renault e 5% com a Nissan. Ele explicou, no entanto, que a “estratégia não considera o número atual de 3,6 milhões de carros vendidos por ano no país, mas cerca de 4,5 milhões ao ano daqui a cinco anos”.
O executivo disse que, atualmente, o Brasil tem 250 carros para cada grupo de mil habitantes, muito menos do que o índice de 580 por mil da Europa e de mais de 800 por mil dos Estados Unidos. Para o principal executivo do grupo automobilístico, isso indica um grande potencial para as vendas de automóveis. Ghosn anunciou os investimentos do grupo após reunião com a presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto.
Edição: Vinicius Doria