Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Depois de anunciar a construção de uma fábrica da Nissan em Resende (RJ) e a ampliação da unidade da Renault em São José dos Pinhais (PR), o presidente mundial da Renaut-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, atribuiu os altos preços dos carros no Brasil à elevada carga tributária e ao baixo nível de concorrência entre os fornecedores da indústria automobilística nacional.
“O brasileiro paga mais [impostos] do que é pago no Japão, nos Estados Unidos e na maioria dos países europeus”, disse Ghosn. Sobre a matéria-prima, ele assinalou que os preços de algumas commodities no Brasil são mais altos do que em outras partes do mundo. “Precisamos de mais competição e concorrência entre os fornecedores para que os custos diminuam.”
Durante entrevista coletiva, o executivo afirmou que os lucros das montadoras de veículos no Brasil não são muito diferentes de outras regiões do mundo. “As margens de lucro da Nissan no Brasil estão um pouco abaixo da média mundial e da Renaut, um pouco acima. O Brasil é atrativo para investimentos, mas nada muito melhor do que outros países onde as montadoras estejam investindo.”
A Renault-Nissan pretende dobrar sua participação no mercado brasileiro nos próximos cinco anos. Ghosn disse que não acredita que isso seja possível aumentando preços. “Vamos ofertar mais e tem a questão da concorrência também. Então, quando mais capacidade você tem no Brasil, mais terá preços razoáveis ao consumidor.”
Sobre os números dos novos investimentos nos estados do Rio de Janeiro e do Paraná, o executivo disse que dará detalhes apenas quarta-feira, em evento de anúncio em Curitiba, e na quinta-feira, em Resende, onde será construída a fábrica da Nissan.
Edição: João Carlos Rodrigues