Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O secretário de Cultura do Distrito Federal, Hamilton Pereira, rebateu hoje (28) as críticas feitas por produtores locais em relação às mudanças nas regras do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Segundo o secretário, as alterações foram feitas no sentido de dar maior relevância ao festival e de adequar o evento à existência de novas mídias.
"Tomamos uma série de medidas para sintonizar o festival de Brasília com o século 21 e essas medidas não foram tomadas pelo governo exclusivamente, foram tomadas pelo governo em diálogo com a sociedade. Além disso, tínhamos um diagnóstico de que o festival de Brasília perdeu relevância no contexto dos demais festivais que acontecem no país", disse Pereira.
As mudanças foram anunciadas pela Secretaria de Cultura do Distrito Federal há cerca de quatro meses. Entre as alterações, estão a não exigência do ineditismo das produções e a antecipação da data do evento, que antes era o último do calendário de festivais do Brasil.
Além disso, a secretaria aumentou o valor da premiação de R$ 80 mil para R$ 250 mil para o melhor longa-metragem. A quantia equivale ao que é pago pelo Festival de Paulínia, no interior de São Paulo, um dos maiores do país. “Esse valor de R$ 80 mil foi estipulado há 12 anos e nunca foi mudado", ressaltou o secretário.
"Nós perseguimos três objetivos: democratizar o acesso aos recursos, descentralizar a oferta de bens culturais, e ainda, termos multiplicidade da produção cultural", destacou.
As exibições da mostra competitiva foram descentralizadas. Antes, eram restritas ao Cine Brasília, e, nesta edição, os filmes também são exibidos em Ceilândia, Sobradinho, no Guará e em Taguatinga. Outra mudança foi a de abrir o festival para as mídias digitais. Antes o critério para inscrição exigia a bitola (largura do filme) 16 milímetros ou 35 milímetros. Com as novas regras, 90% das 624 inscrições foram de filmes digitais.
O secretário rebateu ainda a crítica de que as mudanças foram feitas de forma arbitrária, sem diálogo com os produtores locais. "Não há falta de diálogo. Entendimento, acordo, é outra coisa", disse. "Esse argumento de que as pessoas da Ceilândia não frequentam o Sesc [Serviço Social do Comércio, local onde os filmes estão sendo exibidos] não é válido. O que queremos é que esse espaço, que é público, passe a ser frequentado. O que queremos é oferecer à população uma exibição com melhor qualidade."
Ele também defendeu a antecipação da data da mostra de Brasília, que era o última no calendário dos festivais brasileiros e ainda conservava a exigência de ineditismo como uma de suas regras. "Ora, isso é trabalhar contra o patrimônio", destacou. "Hoje, estamos antes do Festival do Rio, que é um festival dos mais importantes do país", completou Hamilton Pereira.
Edição: Juliana Andrade
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