Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil
Brasília - As crianças também têm vez no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, mais antigo evento do gênero no país, aberto ontem (26) à noite. Com 32 curtas-metragens de animação, o Festivalzinho Animado é dedicado ao público infantil. Os filmes também agradam aos adultos, conforme constatou a Agência Brasil durante uma sessão no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), na manhã de hoje (27).
Dividida em três grupos de exibição formados por diferentes obras, a mostra infantil realizada em parceria com a Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA) não ficará restrita à região central da capital federal. Os curtas serão apresentados também em espaços comunitários, escolas e teatros de Águas Claras, da Candangolândia, de Ceilândia, do Cruzeiro, Guará, Lago Sul, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo 2, de Samambaia, Sobradinho, Sobradinho 2, Taguatinga, além do Jardim Botânico e Lago Sul.
Embora sejam abertas ao público interessado, as sessões gratuitas são voltadas preferencialmente a escolas que já agendaram presença. A programação termina em diferentes datas, de acordo com cada local de exibição.
Para Adriane de Carvalho Vilar, professora do Centro de Atendimento Integrado da Criança (Caic) Assis Chateaubriand, uma escola pública de Planaltina, a cerca de 40 quilômetros do centro de Brasília, a chance de ir à mostra é muito importante para alunos e também para professores. Embora seja brasiliense, ela nunca havia ido a uma sessão do festival, que, este ano, chegou à 44ª edição. Hoje, ela levou 41 alunos do 4º ano para assistir aos curtas de animação.
“Esta é a primeira vez que venho assistir a algo no festival. É uma oportunidade não só para os alunos, mas também para nós [professores]. Nem eles nem nós temos muito acesso [a mostras como o Festival de Cinema de Brasília]”, comentou a professora, defendendo a importância de que iniciativas como esta ocorram além do período do festival.
“É uma forma de essas crianças verem um mundo além daquele com que elas convivem diariamente. Esse grupo, por exemplo, vem de uma área carente e muitos nunca tinham ido a um cinema”, destacou Adriane, contando que a escola que os alunos frequentam não tem estrutura para que os professores utilizem o cinema como ferramenta pedagógica.
A professora considerou “ótimas” as seis animações a que assistiu e ressaltou que trocar a sala de aula por uma sala de cinema é uma forma de ampliar a cultura dos alunos. “Pretendemos trabalhar com eles, ainda que superficialmente, como os filmes são feitos. Eles assistem a muitos desenhos, mas não sabem como eles são feitos, toda a complexidade”.
O estudante João Vitor Ferreira Lopes, de 9 anos, disse ter gostado do curta-metragem Meu Amigãozão – Castelo nas Nuvens, de Andrés Lieban. “Eu gostei de ter vindo e quero voltar. Gostei mais desses desenhos do que dos que vejo em casa [na televisão]”.
A aluna Maysa de Almeida Mendes, de 9 anos, já tinha visitado o CCBB com sua família em duas ocasiões. Ainda assim, nunca tinha ido ao festival. Gostou da animação Desentralha S.A., de Maurício Castaño, e disse que pretender pedir aos seus pais que a levem para assistir aos desenhos não exibidos hoje.
Edição: Juliana Andrade