Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Rússia incluiu mais três frigoríficos, um de carne bovina e dois de aves, na lista de unidades brasileiras embargadas após detectar bactérias acima do nível permitido em três lotes exportados. Em nota divulgada na noite de ontem (17), o Serviço Federal de Fiscalização Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) disse estar “seriamente preocupado” com a carência do sistema de trabalho do serviço veterinário brasileiro.
As três novas unidades penalizadas ficam em Cubatão (SP), Xaxim (SC) e Estrela d'Oeste (SP). O comunicado chega em um momento em que o Ministério da Agricultura tentava reverter a suspensão russa às importações de carnes dos frigoríficos localizados nos estados de Mato Grosso, do Paraná e Rio Grande do Sul, em vigor desde 15 de junho.
Segundo o Rosselkhoznadzor, foi dito ao secretário de Defesa Agropecuária do ministério, Francisco Jardim, que a contaminação detectada nos produtos brasileiros viola os requisitos de saúde animal da união aduaneira composta pela Rússia. Além disso, o serviço russo informou que mais três plantas podem entrar na lista de embargo caso o não cumprimento dos requisitos sanitários persista.
Na semana passada, o vice-diretor do serviço russo, Yevgeny Nepoklonov, divulgou nota em que relatou uma conversa que teve com Jardim, em que ele disse que concluía, “com pesar”, que o nível de controle veterinário brasileiro tem “diminuído inaceitavelmente”. Procurado pela Agência Brasil para se pronunciar sobre as críticas, o Ministério da Agricultura informou que não vai comentar as notas do governo russo.
O setor mais atingido com os embargos impostos desde junho é o de carne suína, que tinha a Rússia como o principal destino de suas exportações. Além disso, no mesmo segmento, os três estados totalmente embargados representam a maior parte do conjunto de plantas que vendia para os russos.
Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, ninguém sabe realmente o que está ocorrendo e, se o problema não for resolvido logo, o produtor será penalizado. “A suinocultura é o setor que mais sofre com os embargos”, disse Neto.
Edição: Lana Cristina