Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As investigações da Controladoria-Geral da União (CGU) nos ministérios que estão sendo alvo de denúncias de corrupção vão prosseguir, apesar do afastamento de ministros e servidores, disse hoje (18) o ministro-chefe do órgão, Jorge Hage. Ele ressaltou que a mudança de comando nos ministérios e o afastamento de servidores citados nas denúncias de corrupção não paralisam as investigações. “Tudo isso continua, independentemente da exoneração ou demissão de quem quer seja, porque essas medidas de afastamento, pedidos de exoneração, não são punições”.
Sobre o Ministério da Agricultura, Hage disse a CGU já está investigando a denúncia de que um lobista teria livre trânsito no ministério e ajudava a redigir editais de licitação. O ministro Rossi, que admitiu ter viajado de carona no jato de uma empresa do agronegócio que tem contratos com o governo, não está em questão. "Estamos lá [no Ministério da Agricultura] com uma equipe de auditoria que já recolheu computadores, os processos principais citados nas denúncias. E requisitei, antes da saída do ministro Wagner [Rossi], as fitas do circuito interno onde estariam, segundo a denúncia, a gravação do ingresso frequente de um determinado suspeito lobista”, explicou Hage.
O ministro-chefe da CGU informou que vai conversar com Mendes Ribeiro, que assumirá o comando da Agricultura, para informá-lo dos procedimentos que estão sendo adotados. “Vou conversar com o ministro Mendes Ribeiro tão logo ele seja empossado. O trabalho continua, portanto, tanto na auditoria, que tem prazo de 60 dias para ser concluída, como na área de corregedoria, que é um processo punitivo”. Hage explicou que, como a corregedoria pode sugerir a demissão de servidores, é preciso respeitar o amplo direito de defesa dos investigados. Por isso, o prazo de conclusão dos trabalhos acaba sendo maior que o da auditoria.
Hage lembrou que as auditorias no Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) e na estatal de infraestrutura ferroviária Valec terminam no dia 31, enquanto as auditorias no Ministério do Turismo devem se estender até outubro.
Edição: Vinicius Doria