Pedro Peduzzi, Yara Aquino, Daniel Lima e Luciene Cruz
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - As medidas de estímulo a alguns setores da indústria, anunciadas hoje (2) pelo governo, agradaram ao presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato. Mas, segundo ele, as medidas voltadas especificamente para a indústria eletroeletrônica deverão ser anunciadas antes do fim do ano.
“Fui informado pelo ministro [do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC] Fernando Pimental que a política industrial para microeletrônica será lançado no segundo semestre. Essa política anunciada hoje [Plano Brasil Maior] é uma política de linhas gerais que, sem a menor dúvida, vai beneficiar o setor. Mas a política específica de microeletrônica é a que vai atender à fabricação desses produtos que, hoje, são só montados no Brasil”, disse Barbato.
Segundo ele, já está sendo preparada uma proposta de política industrial para estimular a produção de componentes eletroeletrônicos no Brasil. “Ela será apresentada pelo ministro [da Ciência e Tecnologia, Aloizio] Mercadante, nos próximos dias. A ideia da indústria de componentes de poder retomar com vigor o seu espaço é fundamental, até para que possamos diminuir o grande déficit da balança comercial”, defendeu o empresário.
“Nesse momento, estamos aguardando e preparando as propostas práticas solicitadas por Mercadante. Elas não estão totalmente terminadas. Sem dúvida nenhuma, estará, entre elas, a atração de alguns fabricantes de componentes ativos e passivos que são fundamentais para a nossa produção local, como semicondutores e displays [telas], por exemplo. Esses são os dois exemplos maiores do que o setor eletrônico necessita”, informou Barbato.
A inovação, segundo Barbato, é inerente à indústria, principalmente a uma indústria como a eletroeletrônica, cujos produtos têm uma vida muito breve. “Inovação é algo fundamental para a nossa sobrevivência. Entretanto, não podemos nos esquecer de medidas pontuais e que, nesse instante, possam impactar setores que estão muito prejudicados. Nesses setores não é a inovação que vai resolver o problema. São medidas pontuais que possam solucionar a grande falta de competitividade gerada pelo câmbio [apreciado]”.
Edição: Vinicius Doria
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