Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O presidente do Sindicato das Empresas de Informática do Rio de Janeiro (Seprorj), Benito Paret, classificou a nova política industrial, divulgada hoje (2), de adequada. Ele lembrou que o setor de software usa largamente a terceirização da mão de obra, por meio de pessoas jurídicas que são contratadas para desenvolver etapas do processo produtivo, por isso o segmento vê com bons olhos a desoneração da folha promovida pelo governo.
“A desoneração da folha incentiva a regularização de vínculos empregatícios, ajuda a formalizar o emprego, fortalece as empresas e dá mais competitividade”, disse. Paret destacou que, na área de desenvolvimento, houve recentemente várias contratações no exterior, devido ao fato de os custos serem mais baixos lá fora. “Tudo aquilo que possa proteger o nosso mercado e fortalecer as nossas empresas é extremamente relevante”.
O Plano Brasil Maior, anunciado hoje pela presidenta Dilma Rousseff, reduz a zero a alíquota de 20% paga ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por setores sensíveis ao câmbio e à concorrência internacional, além de serem intensivos em mão de obra. Estão entre esses setores o de software, confecções, móveis e calçados. A nova política estabelece, em contrapartida, a cobrança de uma contribuição sobre o faturamento das empresas, cuja alíquota varia de acordo com o setor, iniciando-se em 1,5%.
O presidente do Seprorj observou que, embora ainda não se conheça o percentual que irá incidir sobre o faturamento das companhias, a expectativa é que a medida seja favorável ao setor, “considerando-se que os custos de mão de obra no setor de software representam entre 40% e 60% dos custos totais”.
Paret disse que as medidas anunciadas incentivam o setor. “Eu acho, inclusive, que é um avanço. Esse assunto vem sendo discutido há muitos anos e nós não tínhamos conseguido ter boa receptividade por parte do governo. Temos que aplaudir. A iniciativa é altamente elogiável”. Ele, no entanto, diz que está alerta quanto aos percentuais que serão aplicados sobre o faturamento das empresas do setor, que, segundo ele, terão de ser profundamente avaliados quando definidos. “Mas, eu creio que eles [o governo] não vão criar algo que seja pior do que tem hoje”.
Edição: Lana Cristina