Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Os bombeiros do Rio de Janeiro só pretendem retomar as negociações por melhores salários depois que os militares que invadiram o quartel central da corporação, na sexta-feira (3) passada, forem anistiados pelo governo estadual. Segundo um dos líderes do movimento, o capitão Lauro Botto, o perdão é inegociável. O protesto levou à prisão 439 bombeiros.
"Desde o início brigamos por dignidade salarial", afirmou o capitão. "Com nossos homens nessas condições, não temos estabilidade emocional para discutir salários e ainda podemos ser alvo de processos. Isso pode fazer com que os que lutaram não tenham direito a nada.”
Para impedir medidas administrativas contra os militares envolvidos no protesto, que podem até ser expulsos da corporação, deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro preparam uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para anistiá-los.
De acordo com o deputado Marcelo Freixo, um dos autores da proposta, a medida também poderá beneficiar policiais militares que se recusaram a enfrentar os bombeiros na manifestação da semana passada. No Congresso Nacional, em Brasília, três ações propõem a anistia criminal aos bombeiros do Rio.
Presos há seis dias no quartel do Corpo de Bombeiros de Charitas, em Niterói, 430 bombeiros passaram o dia fazendo exames de corpo de delito e se preparando para ser liberados. Eles foram beneficiados por um habeas corpus na madrugada de hoje.
No entanto, por causa de um problema no sistema de digitalização da Auditoria da Justiça Militar, até as 19h26 desta sexta-feira eles não tinham sido liberados.
Edição: João Carlos Rodrigues