Sarampo avança na região metropolitana de João Pessoa

05/10/2010 - 18h58

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Subiu para 38 o número de casos confirmados de sarampo na Paraíba. Do total, 30 foram notificados em João Pessoa e o restante na região metropolitana da capital. Em nota técnica, o Ministério da Saúde informou que, até o momento, foram registrados 86 casos suspeitos. Em metade foi encontrado o vírus da doença e a outra metade foi descartada. Mais dez casos estão sob investigação.

As crianças menores de cinco anos de idade são as mais atingidas – 40% dos casos foram registrados nessa faixa etária. Para o governo, a alta incidência da doença entre as crianças “representa um alerta de que a cadeia de transmissão viral necessita ser interrompida, pois esse é o grupo capaz de manter a circulação viral na população”.

Com o objetivo de impedir novos casos, o ministério recomenda a vacinação das crianças de 6 meses a 5 anos de idade a partir de amanhã (6) em João Pessoa e nas cidades de Santa Rita, Bayuex, Conde e Lagoa de Dentro, onde há registro da doença, mesmo que as crianças já tenham sido vacinadas anteriormente.

Outra recomendação é imunizar a população de 6 a 49 anos de idade que não foi vacinada. O Ministério da Saúde enviou ao governo da Paraíba 150 mil doses da vacina tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba) e 100 mil agulhas e seringas. Mais 100 mil doses serão encaminhadas esta semana.

Dos três estados que confirmaram casos de sarampo este ano, a Paraíba tem o maior número de doentes. Também foram identificados casos no Pará (3) e no Rio Grande do Sul (3). Em 2006, houve um surto da doença no interior da Bahia, com 57 casos confirmados.

O ministério informou que o vírus responsável pelos casos da Paraíba é originário de outros países. Nesse caso específico, o vírus identificado é semelhante ao que circula na África do Sul. O governo federal garante que não há circulação da doença dentro do Brasil desde 2000. De acordo com o ministério, para ser considerada transmissão dentro do país, o vírus precisa circular por um ano. Na Paraíba, o primeiro e o último casos foram notificados num período de 39 dias.

Apesar dos casos confirmados, no fim do mês passado o governo brasileiro entregou à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) relatório para receber o certificado de país livre do sarampo.

Edição: Vinicius Doria