Da Agência Brasil
Brasília - A Procuradoria Regional Eleitoral de Alagoas (PRE-AL) pediu hoje (28) a cassação das candidaturas de Fernando Collor de Mello e de seu vice, Galba Novais, ao governo do estado. Segundo a PRE-AL, eles fraudaram resultado de pesquisa eleitoral feita na segunda quinzena de agosto em Alagoas. Para a Procuradoria Regional Eleitoral, os dois candidatos praticaram abuso de poder econômico e de uso indevido dos meios de comunicação para se beneficiar em relação aos outros concorrentes.
A ação investiga a diferença entre os resultados das pesquisas feitas pelo Instituto Gazeta Pesquisa (Gape), de propriedade do Jornal Gazeta, da qual Collor é sócio, e pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope). Os dois levantamentos foram divulgados no dia 24 de agosto último. O Gape apontou que Collor tinha 38% das intenções de voto; Ronaldo Lessa, 23%, e Teotonio Vilela Filho, 16%, Já a pesquisa Ibope teve os seguintes resultados: Collor com 28% de preferência do eleitorado, Lessa com 29% e Teotonio com 24%.
De acordo com a PRE-AL, o Gape não informou corretamente o eleitorado alagoano. O órgão examinou 1.055 formulários preenchidos pelo Gape com o resultado das entrevistas feitas durante a pesquisa, Ao compilar os dados, constatou a existência de fraude para beneficiar Collor.
Ainda segundo a PRE, a faixa da população mais atingida pela fraude foi a que ganha até um salário mínimo. Nas pesquisas, essa parte do eleitorado tem maior peso no levantamento e nela o candidato tem excelente desempenho, com 41% de preferência.
Na ação, a PRE requer a cassação do registro de Collor e a sua inelegibilidade por oito anos pela prática de abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação.
Edição: João Carlos Rodrigues