Governo e setor privado querem que metrópoles brasileiras sejam mais inclusivas

26/08/2010 - 20h30

Alana Gandra

Repórter da Agência Brasil

 

Rio de Janeiro - O Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) e o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) estão interessados em discutir como construir cidades no Brasil que sejam mais inclusivas. Para isso, as duas entidades realizam hoje (27), no Rio de Janeiro, o simpósio Desafios das Cidades Metrópoles no Século 21.

 

Durante o simpósio serão debatidas soluções para as metrópoles, tendo em vista a realização no Brasil de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. O simpósio foi incluído na agenda da Missão Suíça de Alto Nível, que se reúne no país até o próximo dia 30, visando a aprofundar a cooperação científica e tecnológica bilateral nas áreas da educação superior e da saúde.

 

O vice-presidente do IAB, Pedro da Luz Moreira, disse que as cidades brasileiras são tradicionalmente muito subdivididas. “Quem tem dinheiro, quem tem privilégios,ocupa as melhores áreas. Então, a gente tem um desafio grande de pensar cidades que sejam mais inclusivas.”

 

Para isso, ele considera necessário que haja uma oferta de transporte público de qualidade para que as pessoas possam ter mobilidade no território e uma política habitacional mais consistente, que garanta às pessoas acesso à casa própria. “As cidades brasileiras são muito injustas quanto ao acesso à moradia.”

 

Pedro da Luz. enfatizou também a necessidade de se priorizar o meio ambiente. Segundo o arquiteto, as grandes metrópoles brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo, são muito espalhadas no território. Isso representa um risco ambiental, apontou. “É uma cidade antiecológica, que está dependendo intensamente do meio ambiente”. Isso faz com que a infraestrutura de rede de esgoto, água e luz tenha que ser distribuída em uma área muito extensa.

 

O IAB defende que as cidades sejam mais compactas e tenham mais densidade. “Se a gente consegue ter uma cidade mais compacta, mais densa, vai estar mais sintonizado com a ideia de convívio mais sustentável com o meio ambiente.”

 

Edição: João Carlos Rodrigues