Presidente da Fiesp manifesta a Meirelles preocupação com possível aumento de juros

11/03/2010 - 21h58



Elaine Patricia Cruz

Repórter da Agência da Brasil

São Paulo - O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) Paulo Skaf voltou hoje (11) a criticar a possibilidade de um aumento na taxa de juros na próxima reunião do Comitê de Política Econômica (Copom).

Na manhã de hoje, Skaf conversou pelo telefone com o presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles. Ele manifestou sua preocupação com o possível aumento da taxa de juros e reclamou do spread bancário que, em sua opinião, está muito elevado.

 

Para reforçar sua opinião contrária ao aumento da taxa de juros, Skaf enviou ao presidente do BC um estudo feito pelo Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp.

O estudo, apresentado hoje pela Fiesp a técnicos do Banco Central, diz que não há motivos para o acréscimo na taxa Selic para conter a inflação. Segundo o trabalho realizado pela entidade, 80% da inflação acumulada no início de 2010 se deve a fatores sazonais mais agudos e que vão se reduzir naturalmente com a entrada da safra, tais como o preço do álcool e de hortaliças.

Outros fatores que contribuíram para a inflação do início deste ano, de acordo com a Fiesp, foram os reajustes nas tarifas de transporte público (ônibus, metrôs e trens) e nas mensalidades escolares. A entidade assinala que esses reajustes foram passageiros e só ocorrem uma vez por ano.

“O início de 2010 trouxe um aumento transitório da inflação e as condições de evolução da demanda e da capacidade produtiva do Brasil estão adequadas ao crescimento de 6% no ano, de forma que não há motivos para aumentos da taxa básica de juros da economia”, diz o estudo.

Para a Fiesp, o controle inflacionário deveria ser feito não com o aumento da taxa de juros, mas com uma política fiscal mais austera, com meta de superávit primário de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB).