Troca no Banco Central argentino não altera política econômica, diz ministro

06/01/2010 - 13h40

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Economia da Argentina, Amado Boudou, disse hoje (6) quea substituição do presidente do Banco Central, Martín Redrado, nãoafetará a política econômica do país. O nome cotado para a vaga é Mario Blejer, ex-titular do BC. Segundo Boudou, a base da políticaargentina é sustentada nos superávits fiscal e comercial e na acumulação de reservas. A presidente Cristina Kirchner pressionaRedrado a renunciar, mas o presidente do BC resiste.Na tentativa de encerrar o impasse causado pela possível saída de Redrado, Boudou pediu que não se politize o assunto. “Não façam politicagem barata comquestões de Estado. Vamos seguir avançando”, afirmou o ministro.Kirchnere Redrado se desentendem desde o final do ano passado. O presidente doBanco Central insistem em usar recursos da reserva nacional para opagamento da dívida externa. A pressão de Kirchner gerou mal-estarna Argentina e fez com que o ministro Boudou concedesse entrevista coletivapara falar exclusivamente sobre o assunto.A ideia de trocarRedrado por Blejer foi divulgada pelo chefe do Gabinete da Presidência,Aníbal Fernández. Segundo Fernández, Blejer já aceitou o convite.Boudou também disse que Redrado aceitou renunciar, mas setores ligadosao presidente do Banco Central não confirmam.Os assessores deKirchner afirmam que as normas para a política econômica são fixadaspela presidente da República. De acordo com Fernández, não obedecer nemrespeitar isso significam uma ameaça à ordem democrática, o que pode levar aum “Estado anárquico”.A pressão pela troca de comando do BancoCentral da Argentina surge no momento em que outra crise ocorre no país. A presidente Kirchner foi surpreendida com sinalizações deseu vice-presidente, Julio Cobos, de pretende concorrer àspróximas eleições. No caso, Cobos seria adversário de Néstor Kirchner, ex-presidente da República e marido da atual chefe de governo.