Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Depois de seu vice-presidente, Julio Cobos, afirmar que vai disputara Presidência da República, a presidente da Argentina, CristinaKirchner, vive uma nova crise política. Insatisfeita com a insistênciado comando do Banco Central de utilizar recursos da reserva nacionalpara o pagamento da dívida externa, Kirchner quer a renúncia dopresidente do órgão, Martín Redrado. A pressão de Cristina Kirchner gerou ummal-estar hoje (6) na Argentina.O desejo da presidente emsubstituir Redrado foi divulgado pelo chefe de gabinete da Presidência,Aníbal Fernández. A intenção de Kirchner é substituir Redrado por MarioBlejer, ex-titular do Banco Central. Blejer já teria aceitado oconvite. As divergências entre a presidente Kirchner e Redrado vêmdesde dezembro.Martín Redrado, porém, não demonstra interesse em deixar o cargo. A auxiliares, eleteria afirmado que pretende concluir as negociações em curso para sódepois sair das funções que desempenha. Ainda nesta quarta-feira é aguardada uma entrevista coletiva do presidente do Banco Central para esclarecer as informações.SegundoFernández, as decisões sobre política econômica são fixadas pelapresidente da República, numa menção de que a palavra final deve ser deKirchner. Segundo o assessor da Presidência, na conversa com Redrado apresidente pediu que ele “respeite as instituições”, do contráriohaveria a impressão de um “Estado anárquico”.A pressão pelatroca de comando do Banco Central da Argentina ocorre na mesma semanaem que outra crise foi aberta no país – com o anúncio de Cobos, vice deKirchner, de que pretende ser candidato à Presidência da República. Ainiciativa de Cobos gerou críticas e incômodos dentro do própriogoverno.Para se lançar candidato às eleições presidenciais, o vice-presidente tem de deixar o cargo. Não há aindasinalizações sobre isso. Em março,Kirchner virá ao Brasil para um encontro com Lula. Nos dias que estaráfora de Buenos Aires, quem responderá pela Presidência será Cobos.