FGV constata melhora no ambiente de negócios e maior confiança de empresários

06/01/2010 - 10h49

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A melhora do ambientede negócios e a elevação do nível de capacidade instalada somadasà confiança dos empresários industriais devem garantir um maiordinamismo no setor em 2010. De acordo com a Sondagem de Investimentosda Indústria de Transformação, divulgada hoje (6) pela FundaçãoGetulio Vargas (FGV), as projeções em todos os quesitos, queincluem investimentos, faturamento e pessoal ocupado, são “maisfavoráveis do que as formuladas em 2009, quando o setor industrialera fortemente afetado pela crise”. O documento destaca, noentanto, que as estimativas ainda são inferiores às previstas para2008.Segundo a sondagem da FGV, quase metade das indústrias(48%) planeja ampliar os investimentos, enquanto 17% pretendemreduzi-los. A elevação mais acentuada deve ser observada em bensduráveis de consumo, que apresentou o maior percentual de aumento dasérie histórica (58%). De acordo com o estudo, o aumento da renda,a prorrogação da redução do Imposto sobre ProdutosIndustrializados (IPI) em alguns segmentos e a manutenção dascondições favoráveis para o crédito devem sustentar o dinamismodo setor. No setor de bens de capital também foi verificadarecuperação, refletindo o aumento de investimentos em máquinas eequipamentos. O movimento está sendo favorecido, na avaliação doseconomistas da FGV, pelas desonerações tributárias e pelo Programade Sustentação dos Investimentos do Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que oferece uma linha decrédito a juros baixos e prazos longos. Dos 21 gênerospesquisados, em 14 as previsões (diferença entre os percentuais deaumento de investimentos menos os de redução) superam às de 2009,e em sete, ficam abaixo. Já na comparação com o previsto para2008, apenas cinco gêneros, voltados para o mercado interno, superamos resultados daquela época. O levantamento destaca aindaque em 2010, pela primeira vez, a faixa que atingiu o maiorpercentual, entre os empresários que pretendem ampliar osinvestimentos, é a que prevê expansão acima de 20%. Esse patamarfoi apontado por 33% dos empresários. Já a faixa que compreende ocrescimento entre 10,1% e 20% é prevista por 20% das empresas;enquanto 32% preveem crescimento entre 5,1% e 10%. Além disso, 15%esperam aumento entre 0,1% e 5%.De acordo com a sondagem, asprevisões de faturamento em 2010 são mais animadoras do que as de2009, especialmente em bens duráveis de consumo. Quase sete em cadadez empresas (69%) projetam aumento das vendas, descontada ainflação. Esse percentual é superior ao observado um ano antes(62%), mas inferior ao de 2008 (71%). Já a proporção de empresasque preveem encolher o faturamento diminuiu de 12% para 8%. Osprognósticos de vendas também são os maiores da série histórica.Para 2010, a maior incidência foi verificada na faixa de crescimentoentre 5,1% e 10%, apontada por 41% das empresas, o mesmo percentualde 2009. Em seguida, vem a faixa entre 10,1% e 20%, prevista por 30%das empresas. O pessoal ocupado também deve sofrer ampliaçãoem 2010, mas em ritmo menor do que o de investimentos e faturamentos.Cerca de 40% das empresas pretendem contratar, enquanto 12% programamdemissões. O setor de bens de capital é o que alcança omaior percentual de previsão de contratação em 2010 (53%). Dos 21gêneros industriais, a ampliação do contingente de trabalhadoresem relação às previsões feitas para 2009 deve ser observada em18.A Sondagem de Investimentos da Indústria de Transformaçãofoi realizada entre os dias 12 de outubro e 30 de novembro de 2009.Ao todo, foram consultadas 762 empresas, com faturamento conjunto deR$ 459,9 bilhões.