Amorim diz que decisão sobre compra de caças será política e definida por Lula e Jobim

06/01/2010 - 15h01

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse hoje (6), emGenebra (Suíça), que será política a decisão final sobre a compra de 36 aviões-caça pelo governo brasileiro. Segundo o ministro, a definição será dada pelo presidenteLuiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim. O projeto de compra dos aviões teria causado divergência interna, uma vezque setores do governo defenderiam a compra de aviões franceses,enquanto a Aeronáutica seria favorável aos suecos.“Vamos levarem em conta as questões técnicas, mas a decisão final cabe ao ministroda Defesa e ao presidente da República”, afirmou o chanceler, em entrevista coletiva concedida hoje, ao lado do ministro de Negócios da Palestina,Riad Al-Maki. “Não é umadecisão exclusivamente militar. É uma decisão política.”Deacordo com informações atribuídas ao Comando da Aeronáutica, o idealseria comprar o caça Gripen NG, da empresa sueca Saab. Para osmilitares, esta seria a opção adequada para o projeto FX-2 que visaà renovação da frota aérea nacional com a compra de 36 aeronaves. Porém,o presidente Lula manifestou interesse em adquirir os aviões doconsórcio francês Rafale Internacional. Em setembro doano passado, Lula indicou que a decisão sobre a compra dos caças serápolítica e estratégica. “A FAB [Força Aérea Brasileira] tem o conhecimento tecnológico parafazer a avaliação. Agora, a decisão é política e estratégica, e essa é dopresidente da República e de ninguém mais”, afirmou ele. Empresasnorte-americanas, franceses e suecas estão na concorrência para a vendados caças ao Brasil.Ontem (5) a Aeronáutica confirmou ter concluídoo relatório sobre as propostas apresentadas pelas três empresasfinalistas: a sueca Saab, fabricante do modelo Gripen NG; anorte-americana Boeing, responsável pelo caça F-18 Super Hornet, e oconsórcio Rafale International, liderado pela francesa Dassault. Masnão divulgou o resultado.O assunto será tema de análise dopresidente Lula na próxima semana quando ele retorna a Brasília depoisum curto período de férias na Bahia.