A 21 dias da posse do novo presidente de Honduras, EUA tentam acordo para pôr fim à crise

06/01/2010 - 0h59

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A três semanas daposse do novo presidente de Honduras, Porfírio “Pepe” Lobo,ainda persiste o impasse político no país vizinho. Em busca de umacordo entre o presidente deposto, Manuel Zelaya, e o presidente defato, Roberto Micheletti, o subsecretário adjunto para o HemisférioOcidental dos Estados Unidos, Craig Kelly, está em Tegucigalpa(capital hondurenha). O objetivo é tentar evitar que a crise seestenda até o futuro governo de “Pepe” Lobo.Ainda hoje(6) Kelly tem reuniões com Micheletti em busca de uma solução paraencerrar a crise. Ontem (5) o norte-americano esteve com Zelaya. É aquinta visita do subsecretário a Honduras desde o golpe de Estadoocorrido em junho do ano passado.Em novembro de 2009, ogoverno dos Estados Unidos intermediou o Tegucigalpa-San José. Pormeio desse acordo, Zelaya retornaria ao poder e Micheletti deixaria ocargo até o dia 27 de janeiro, quando “Pepe” Lobo assume aPresidência da República.No entanto, em dezembro oCongresso Nacional de Honduras rejeitou o retorno do presidentedeposto ao poder. A derrota foi expressiva: apenas 14 deputados foramfavoráveis ao retorno de Zelaya ao governo e 111 parlamentaresvotaram contra a volta dele.Desde o golpe de Estado que oretirou do poder em 28 de junho de 2009, Zelaya é substituído porMicheletti, cujo governo não é reconhecido pelas autoridadesbrasileiras. A auxiliares, o presidente deposto demonstra desânimona possibilidade de um acordo. Para Zelaya, RobertoMicheletti não tem interesse em deixar o cargo e ficará naPresidência até a posse do presidente eleito. Há quase quatromeses o presidente deposto está instalado na Embaixada do Brasil emTegucigalpa. Da embaixada brasileira, Zelaya, acompanhado porassessores, cumpre suas atividades políticas que são policiadas dolado externo por um forte esquema armado montado pelo governo deHonduras. O presidente deposto e sua mulher não podem deixar arepresentação diplomática sob o risco de serempresos.Paralelamente, o Brasil e vários países da AméricaLatina, como a Argentina, o Paraguai, a Venezuela e a Nicarágua,resistem em reconhecer a legitimidade das eleições que deram avitória a “Pepe” Lobo. Em posição oposta estão os EstadosUnidos, o Peru, o Panamá e a Costa Rica, que defendem a legalidadedas eleições em Honduras e o reconhecimento do futuro presidentecomo resultado de um processo democrático.