Vítimas de estupro são examinadas no Suriname por especialistas brasileiras

05/01/2010 - 10h28

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A equipe com duas assistentes sociais e uma psicóloga da SecretariaEspecial de Políticas para as Mulheres começou hoje (5) de manhã, emParamaribo (capital do Suriname), a avaliação das 20 mulheres queafirmam ter sido vítimas de estupro e violência sexual. As vítimas dizem ter sidoatacadas durante ação contra brasileiros em uma região de garimpo nopaís vizinho. Depois dessas avaliações preliminares deverão serenviados médicos.As assistentes sociais e a psicóloga vãoavaliar as condições psíquicas e necessidades materiais das vítimas. Asmulheres estão sendo examinadas nos hotéis em que estão hospedadas eoutras nas casas de amigos onde foram abrigadas após os ataques. Depoisda tomada de depoimentos, as especialistas analisarão se há necessidadede enviar médicos para o Suriname.Segundoa subsecretária de Enfrentamento à Violência da Secretaria Especial dePolíticas para as Mulheres, Aparecida Gonçalves, o trabalho dasassistentes sociais e psicóloga é essencial porque o trauma causadapela agressão sexual é imenso e as vítimas precisam de apoioespecializado.Na véspera do Natal, na madrugada do dia 24, umgrupo de cerca de 300  “marrons” - descendentes de escravos comtradições e leis próprias - atacou aproximadamente 200 brasileiros,chineses e javaneses. Houve agressões físicas, estupros e depredações.Apenas entre os brasileiros houve 25 feridos, dois deles graves – umcom risco de amputação do braço e outro com a mandíbula fraturada.Asvítimas relataram que a madrugada foi de terror e que os sinais dasagressões ficarão nos corpos e nas mentes. Desde o ataque, há umreforço do policiamento na região de  de Albina (localizada a 150 quilômetros deParamaribo), onde houve o conflito, e também nointerior do país. Os brasileiros foram retirados daregião de Albina. A maioria está hospedada em quatro hotéis na capital doSuriname, alguns foram para casas de amigos e um pequeno grupo retornouao Brasil. O último grupo, com 32 brasileiros, voltou ao país no dia 31.