Moradores de bairro que estava isolado em Angra ainda têm problemas

05/01/2010 - 10h13

Vitor Abdala
Enviado Especial
Angra dos Reis (RJ) - Osmoradores da localidade de Vila Velha, em Angra dos Reis, que ficaramisolados por cerca de quatro dias, tentam reorganizar sua vida depoisdas chuvas que atingiram a cidade no fim da última semana. A área,que concentra mais de 300 pessoas, ficou ilhada depois que o únicoacesso ao local, a Estrada do Contorno, foi bloqueado por diversasquedas de barreira, entre a noite do dia 31 e a madrugada do dia 1º.Aenergia elétrica já foi restabelecida e o acesso reaberto, mas osmoradores ainda reclamam da falta de água, da queda das linhastelefônicas e da ausência dos ônibus, que não circulam pelo local,distante cinco quilômetros do centro, desde quinta-feira (31).“Quandocomeçou aquela chuva forte e eu vi tudo caindo, pensei: é agora que SãoPedro vai acabar com tudo. Pensei que Vila Velha ia acabar naquelahora”, disse Geraldo Arcanjo, de 55 anos, que mora há mais de 20 anosna localidade.Na Estrada do Contorno, equipes de limpeza e daDefesa Civil mantinham máquinas na pista, retirando pedras, barro eplantas. Moisés Nogueira, de 50 anos, além de ficar isolado emVila Velha, ainda teve que deixar sua casa, já que ela fica próxima aum barranco que deslizou. “Fui para a casa do meu sobrinho aqui na vilamesmo. Foi triste, porque não tinha nada, não tinha como chamarninguém, porque não tinha telefone, água luz, nada”, disse.Ofilho de Geni Macedo Frauches é vizinho de Moisés. Ela não mora em VilaVelha, mas havia ido visitar o filho e acabou ficando “ilhada”. Elaestava dentro da casa, quando uma pedra rolou para cima da residência equebrou uma das paredes. “Quando fui correr, caí e machuquei uma perna.Comecei a passar mal. Ficamos abrigados na igreja e só consegui sair dacidade no domingo, em uma embarcação do Colégio Naval”, disse ela, que estava de volta a Vila Velha hoje (5).Ocomerciante Arilson Oliveira, de 36 anos, tem um restaurante à beirada estrada do contorno. Ele reclamou dos prejuízos que teve com a faltade luz, já que sua geladeira parou de funcionar. Oliveira entrou com areportagem da Agência Brasil em um condomínio de luxo próximo àlocalidade, que também ficou ilhado.Segundo ele, osproprietários das casas largaram os carros no condomínio e saíram dolocal de barco, assim que começou a chover. Uma das casas teve o píer destruído, depois que um barranco deslizou sobre o terreno.