Mercado de etanol pode levar até 120 dias para se normalizar, diz Stephanes

05/01/2010 - 17h44

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou hoje (5) que o mercado deetanol, que tem enfrentado problemas de abastecimento em algunsestados, deve levar de 90 a 120 dias para ser normalizado. Até lá, namaioria dos estados brasileiros, agasolina deve continuar sendo vantajosa para quem tem veículos flex.Stephanes disse que o problemafoi causado pelo excesso de chuvas no período de colheita, que obrigouos produtores a deixar mais de 60 milhões de toneladas de cana semcortar. Ele ressaltou, entretanto, que apesar da adversidade climáticaséria, os consumidores deverão observar a regularização dos preços doetanol nas bombas de combustível no prazo de até quatro meses. “Háuma preocupação muito grande de que nós temos um cliente que comprou umveículo flex esperando usar álcool, porque lhe daria vantagensmonetárias. Então, é claro que a indústria produtora de álcool tem que ter essa consciência de que o mercado dela é o interno e precisa ser abastecido”, afirmou.Parareverter a situação de pouca oferta, que eleva o preço do etanol, oministro informou que 60 usinas estão moendo cana, mesmo em período deentressafra, e que 160 anteciparão para março a moagem, que normalmente seinicia em abrilStephanesvoltou a descartar que a escassez de etanol tenha alguma relação com ospreços recordes registrados no mercado internacional de açúcar, o que estaria levando a uma migração das usinas em relação a seuproduto final. “O aumento na produção de açúcar foi de apenas 4% emrelação ao ano anterior, então, o grande impacto não foi o aumento, nem opreço do açúcar, até porque grande parte das usinas, principalmente asmais novas, não tem essa possibilidade de conversão.”De acordo com o ministro, o cenário é muito bom este ano para o setorsucroalcooleiro, incentivado pela pressão do mercado externo, causadapela ausência da Índia, principal concorrente do Brasil no mercadointernacional, que teve forte queda na produção. Para a colheita, aperspectiva é de safra recorde. “Esse excesso de chuvas, que prejudicoua colheita e até a qualidade da cana, por outro lado, beneficiou aprodução deste ano, ou seja, as indicações são de que teremos uma saframuito boa”, afirmou.