Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Seis dias depois doataque a brasileiros no Suriname, a Embaixada do Brasil em Paramaribo(capital do país vizinho) atua para garantir a segurança eassistência às pessoas agredidas. O clima de tensão aindapermanece, embora as autoridades surinamesas tenham reforçado opoliciamento nas principais áreas e assegurado que a violênciaocorrida na véspera de Natal foi um ato isolado.Apesar dasdenúncias de brasileiros que vivem no Suriname de que hádesaparecidos e mortos, o Itamaraty não confirma essas ocorrências.Para o ministro interino das Relações Exteriores, AntônioPatriota, é necessário aguardar as investigações da políciasurinamesa. De acordo com brasileiros, os quilombolas surinamesesteriam o costume de matar as vítimas e jogar os corpos nos rios ematas fechadas.Diplomatas informaram à Agência Brasilque a atenção hoje (30) está concentrada na organização do voodo Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB), equipado comuma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) móvel, médicos, enfermeirose auxiliares, que seguiu nesta quarta-feira rumo a Paramaribo parabuscar os feridos e interessados em retornar ao Brasil.Tambémseguiram para Paramaribo uma assistente social Secretaria Especial dePolíticas para as Mulheres e uma diplomata especializada na áreaconsular. A ideia é dar assistência integral às vítimas do ataquee a suas famílias. Uma das principais dificuldades do governo é quea maioria dos cerca de 15 mil brasileiros que estão no Suriname éilegal e não dispõe de documentação.Segundo diplomatas,em geral, os brasileiros resistem em deixar o Suriname mesmo depoisdo confronto em Albina (a 150 quilômetros da capital), na madrugadado dia 24, quando houve o ataque provocado por quilombolassurinameses – descendentes de escravos. Por segurança, todos osbrasileiros que estavam na cidade foram retirados do local.Amaioria dos brasileiros está hospedada em hotéis de Paramaribo(Confort, Esmeralda, Nobre e Perola) com as despesas pagas pelogoverno do Brasil. A embaixada divulgou lista com os nomes dosbrasileiros que se encontravam na região de Albina, na véspera deNatal. Na ocasião cerca de 300 “marrons” agrediram brasileiros,chineses e javaneses provocando uma noite de terror, segundo relatos.Houve agressões físicas, estupros e depredações.