Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O advogado SérgioTostes, que defendeu a família do menino Sean Goldman, de 9 anos,criticou hoje (24) a postura do governo brasileiro, que não teriadado o apoio necessário ao caso. A criança foi entregue por voltade 9h30 ao pai americano, David Goldman, e já está voando para osEstados Unidos.Tostes pediu apoio do governo brasileiro à família da criança, queterá de lutar a partir de agora por meios judiciais para poder vê-lanos Estados Unidos. Ele criticou duramente o ministro Paulo Vannuchi,da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), por não terapoiado a família.“Espero igualdade detratamento, especialmente do secretário de Defesa dos DireitosHumanos, doutor Paulo Vannuchi, que atuou intensamente, de todas asmaneiras, para que o menino fosse devolvido aos Estados Unidos”,afirmou o advogado da família. Ele criticou a atitude de Vannuchi.“Lamento muito que umhomem com o passado do senhor Paulo Vannuchi, que foi na época dogoverno da ditadura perseguido, tenha no momento da democraciabrasileira, sido um algoz, um carrasco, de um cidadão brasileironato”, criticou o advogado.A assessoria da SEDHfoi procurada e informou que não ia se manifestar sobre o assunto. Adecisão de entregar Sean ao pai americano foi tomada pelo presidentedo Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes,respeitando decisão anterior, do Tribunal Regional Federal da 2ªRegião (TRF2).Tostes acompanhou os últimos instantes de Sean dentro do consuladoamericano e relatou que a criança chorou muito ao ter que deixar afamília brasileira, com quem viveu nos últimos cinco anos. Aentrega ao pai foi feita pela avó, Silvia Bianchi, que não foiautorizada a viajar junto para os Estados Unidos, para acontrariedade do advogado.Segundo o advogado, atransferência da custódia deveria obedecer a um processo detransição, até para que a avó pudesse contar ao pai aspeculiaridades do menino, os remédios que ele toma, qual é o seuhorário de dormir, como ele se comporta e como reage a determinadassituações.“Nós dissemos queera, no melhor interesse da criança, que a avó fosse junto com elepara os Estados Unidos, para que não houvesse a ideia de que eleestava sendo entregue em algum lugar. Foram consultadas asautoridades americanas, que se negaram peremptoriamente a permitir que a avóo acompanhasse”, disse Tostes.