Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A injeção de R$ 6 bilhões na Caixa Econômica Federal ocorreu pelanecessidade de garantir o aumento do volume de crédito previsto parao próximo ano, informou, há pouco, o secretário adjunto do TesouroNacional, Marcus Aucélio. Segundo ele, sem o reforço no capital, aCaixa correria o risco de operar abaixo do limite de segurança paraconceder empréstimos. Atualmente, para cada R$ 100 decrédito concedido pela Caixa, a instituição tem R$ 16 de capital.Pelas regras bancárias, que têm como objetivo evitar o risco de queuma instituição quebre, o limite é de R$ 11.De acordo comAucélio, se aumentasse o volume de crédito sem o aporte de capital,o banco passaria a operar abaixo do limite de R$ 11 a partir dosegundo trimestre do próximo ano. “Com a injeção de R$ 6bilhões, a Caixa estará segura até o final de 2011”,declarou.O secretário explicou ainda que o reforço nocapital da Caixa se dará por meio de um instrumento híbrido. Nessamodalidade, o Tesouro empresta ao banco, mas a dívida é registradacomo patrimônio de referência. Dessa forma, os recursos são, aomesmo tempo, capital e dívida.A data de início e os valoresdas parcelas a serem repassadas, explicou Aucélio, ainda serãodiscutidos entre o Tesouro Nacional e a Caixa. “A distribuição sedará com base na necessidade do volume de crédito do banco”,disse.O secretário adjunto ressaltou ainda que a operaçãonão terá impacto no superavit primário (economia derecursos para pagar os juros da dívida líquida do setor público)nem na dívida líquida do setor público. “Esse é um empréstimodo Tesouro para a Caixa, ou seja, uma transação dentro do própriosetor público”, acrescentou.Conforme a medida provisória,na primeira etapa, o empréstimo será feito por meio de títulospúblicos, mas o Tesouro Nacional poderá usar posteriormente osuperavit financeiro (recursos do superavit primáriode anos anteriores não usados para abater os juros da dívidapública).