Abin conhece forma de atuação do MST, diz Wilson Trezza

14/10/2009 - 13h34

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretorinterino da Agência Brasileira de Inteligência (Abin),Wilson Roberto Trezza, disse hoje (14) que as atividades deorganizações sociais, como as do Movimento dosTrabalhadores Rurais Sem Terra (MST), são monitorada peloórgão. Mas, disse que a Abin não tem como preverdeterminadas ações, como a que destruiu um laranjal nointerior de São Paulo na semana passada.“Sempreque há ameaça ao patrimônio público,fazemos ações de inteligência. Temos conhecimentodo modus operandi desses manifestantes”, disse. “Mas nãodo episódio específico que ocorreu. É umapossibilidade que foge, às vezes, da atividade deinteligência”, completou.Trezzapassa por sabatina na Comissão de RelaçõesExteriores do Senado. Ele é indicado para ser efetivado nocargo que ocupa desde o afastamento de Paulo Lacerda, no iníciode setembro do ano passado. No episódio, a Abin foi acusada deter feito escutas telefônicas clandestinas para monitorarconversas de autoridades, durante a OperaçãoSatiagraha, da Polícia Federal.Ele dissedisse que o período em que a Operação Satiagrahafoi divulgada pela imprensa foi “constrangedor”. “Nesseperíodo, tivemos de responder a questionamentos de duas CPIs,a cinco inquéritos policiais e passar ainda pela situaçãoaltamente constrangedora de ser objeto de duas atividades de busca eapreensão”, disse.ParaTrezza, esse foi um dos maiores desafios de sua carreira. “Oferecertranquilidade aos servidores da Abin para eles entenderem que, defato, não fazem parte desse processo que tentaram impingir nosprofissionais de inteligência”, afirmou.WilsonTrezza considerou pequena a verba destinada às atividades deinteligência no país. “O orçamento dainteligência brasileira é pífio comparado com asatividades que se espera da inteligência de Estado. As pessoas,em geral, desconhecem a estrutura dos órgãos deinteligência dos outros países”, afirmou.Segundoele, para 2010, os americanos terão cerca de US$ 75 bilhões.No Brasil, este ano, o orçamento para o setor foi deaproximadamente R$ 350 milhões. “Logicamente que nãotemos a mesma comunidade de inteligência, as mesmas demandasdos órgãos de inteligência dos EUA, mas oorçamento de inteligência no Brasil é pífio”,ressaltou. “Me sinto constrangido em ter de admitir que essa éa nossa realidade”, lamentou.Aindicação de Trezza precisa passar por votaçãona Comissão e depois no plenário do Senado.