Luciana lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aempresa Pini, contratada pela Petrobras para dar um parecer sobre ospreços cobrados nas obras de construção da Refinaria Abreu e Lima, emPernambuco, é a mesma que fez trabalho semelhante em relação aos gastos previstos na construção do TribunalRegional do Trabalho (TRT) de São Paulo. Na avaliação do senador ÁlvaroDias (PSDB-PR), o fato de ter prestadoserviço ao TRT de São Paulo é algo que depõe contra a empresa deconsultoria, que possui um sistema próprio de medição e valores. “Comopode ser independente uma empresa contratada para prestar serviços deavalizar preços se essa empresa é a mesma que analisou o orçamento dasobras do TRT de São Paulo, caso mais emblemático de corrupção,comandado pelo juiz Nicolau dos Santos Neto, que custou aos cofrespúblicos mais de R$ 170 milhões. O argumento utilizado na época é omesmo: isenção e independência. Fiquei surpreso com a Petrobrascontratando essa empresa para avalizar o custo da obra”, questionou osenador, que participa da reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito(CPI) da Petrobras destinada a ouvir os técnicos do Tribunal de Contasda União (TCU) que trabalham na auditoria da refinaria.Na primeiraanálise dos custos da obra, realizada com base na auditoria feita em2008, o TCU identificou 11 irregularidades. Outra auditoria foirealizada neste ano, mas ainda não há laudo técnico. O projeto inicialprevia um custo total de, US$ 4 bilhões e agora a estimativa é de que ocusto total seja US$ 12 bilhões, custo que ainda está sendo analisadopela PetrobrasOs técnicos do TCU que prestam depoimento nestemomento na CPI da Petrobras evitaram fazer juízo de valor sobre aempresa. De acordo com o secretário de Fiscalizações de Obras do TCU,  André Luiz Mendes, o relatório da Pini deverá ser enviado ao TCU napróxima semana. “Vamos analisar se os dados têm consistência assim queeles chegarem ao TCU”, disse ele, ao responder questionamentodo senador sobre a contratação da empresa.