Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao defender mais uma vez o presidente do Senado, José Sarney, opresidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não quer julgamentoprecipitado do aliado. De acordo com ele, não se pode ficar “caçandoalguém por asfixiamento”. “É meu senso de justiça. Não quero paramim, nem para o presidente Sarney, nem para você e para nenhumbrasileiro o julgamento precipitado sem que haja as investigaçõescorretas”, afirmou Lula, em entrevista à Rádio Itatiaia, de BeloHorizonte (MG), ao ser perguntado se tem defendido Sarney paragarantir a governabilidade.O presidente argumentou que o senadorjá pediu investigação das irregularidades envolvendo seu filho e neto,além de solicitar um projeto de reestruturação da administração daCasa, desenvolvido pela Fundação Getulio Vargas (FGV). “Temos que ter paciênciapara que as investigações sejam corretas, se apure tudo que tiver deapurar. Depois de se apurar tudo, se faça o julgamento”, disse.Ontem(30), Lula havia dito que a crise de Sarney era problema do Senado enão da Presidência da República, pois não havia votado no Sarney ou emnenhum outro senador fora do estado de São Paulo. Lula comentoutambém sobre a lei, sancionada por ele, de presunção de paternidadepara suposto pai - o homem que se negar a fazer o exame de DNA será considerado o pai da criança. “Chega de colocar filho no mundo paraos outros criarem. Ninguém pode colocar filho no mundo achando que oEstado tem que cuidar”, disse Lula. A nova lei está em vigor desdeontem (30).