Iolando Lourenço e Ivan Richard
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Senado, JoséSarney (PMDB-AP), recebeu hoje (31), em São Paulo, relatóriopreliminar da Direção-Geral da Casa sobre o processo de cancelamentodos atos secretos editados nos últimos 14 anos. Segundo o documento,apresentado pelo diretor-geral, Haroldo Tajra, cerca de 80 servidoresnomeados por atos com falhas em sua publicação são passíveis dedemissão.De acordo com assessores da Direção-Geral, o relatóriodividiu os atos secretos em nove grupos para facilitar a triagem dosefeitos e eventuais implicações financeiras ao Senado. A conclusãosobre o tratamento que vai ser dado a cada um dos grupos será decidida noretorno dos trabalhos legislativos, na próxima segunda-feira (3).EmSão Paulo, onde acompanha o tratamento médico de sua mulher, MarlySarney, que foi operada de uma fratura no ombro, o presidente do Senado teria feito, após receber o relatório,considerações de cunho administrativo que também serão analisadas até aelaboração do relatório final. O documento preliminar prevê aabertura de processos individuais para demissão dos servidoresnomeados por atos secretos. Só após o final do trâmite desses processos,as exonerações seriam concretizadas. No entanto, eles poderiam ser recontratados, dependendo do interesse de quem os indicou.A princípio, foi divulgado o número total de atos secretos era de 663, mas posteriormente comprovou-seque 152 não estavam nessa condição. Foram, portanto, 511 atos secretos. Conforme dados da Direção-Geral do Senado, dos 218funcionário nomeados por atos secretos, mais de 100 jáforam exonerados.