Defensoria abre processo administrativo por considerar medidas contra gripe suína inadequadas

21/07/2009 - 20h00

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Defensoria Pública da União abriuum procedimento administrativo para apurar as medidas de combate àgripe suína que estão sendo adotadas pelos governos das três esferas - estadual, federal e municipal – e que vem sendo consideradasinadequadas para fazer face à gravidade do problema.As informaçõesforam dadas à Agência Brasil pelo defensor público,André Ordacgy. Segundo ele, até amanhã (22),a Defensoria Pública vai enviar ofícios para os governos, exigindo a adoção das medidasnecessárias para um melhor atendimento à população e o aumento da quantidade de medicamentos.Caso as determinações não sejam cumpridas até o início dapróxima - e não haja progressos que levem à apresentaçãode uma solução administrativa, portanto extrajudicial,em favor da população - o órgão vai ajuizar uma ação civil pública na JustiçaFederal.“Caso isso nãoocorra, não haverá outra alternativa senão a doajuizamento de uma ação civil pública. Nóstemos grandes esperanças de que se encontre uma soluçãoadministrativa para o problema, porque não é desejo deninguém que pessoas venham a ser vitimadas, até mesmode forma fatal pela gripe suína”.Segundo Ordacgy, as autoridades deveriam aplicar, agora, a experiência que se teve com a epidemia de dengue que, no passado, no Rio, teve milhares de infectados e dezenas. “Estamos percebendo amesma e completa desorganização no sistema deatendimento da população, que tem corrido para asemergências dos hospitais públicos, que, por sua vez, asencaminham para as Upas, caracterizando um jogo de empurra, em que atémesmo as salas de emergência refletem esta desorganização. Ao juntar numa mesma área o cidadão com o péquebrado, o paciente com catapora ou com cachumba e a gripe suína, facilita a contaminaçãogeneralizada”, disse.Ordacgy manifestou preocupação com relaçãoà estocagem, por parte do governo, do retroviral necessárioao combate à gripe suína. “Nos preocupa, sim, estaquestão da estocagem dos medicamentos, onde hoje o cidadãonão encontra o retroviral nas farmácias para combatera gripe suína, porque o governo brasileiro, por meio doMinistério da Saúde, comprou todo o estoque dosfabricantes, estoque este insuficiente para se combater umaepidemia.” Segundo ele, “hánecessidade de o Ministério da Saúde adquirir uma maiorquantidade de estoque do retroviral necessário ao combate dagripe e não se tem visto qualquer movimentaçãodo governo neste sentido”.