Lisiane Wandscheer
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O mercado de trabalho vem evoluindo para as pessoas com Sídrome de Down, mas o Estado deveria, além de ampliar o acesso ao emprego, criar medidas capazes de mantê-lo. A opinião é da psicóloga e representante da entidade Inclusão Brasil, Marina Almeida, que trabalha há 23 anos com pessoas com a síndrome.“Melhorar o amparo do Estado commedidas salariais e garantir a permanência no emprego por um tempomaior e seguro são fundamentais. O problema no Brasil não é só oemprego, mas permanência nele”, afirmou Marina em entrevista à Agência Brasil.Segundo ela, alegislação brasileira ainda está na fase de garantir o cumprimento dascotas, mas não há qualquer segurança sobre a continuidade no emprego ouseguro-desemprego, o que gera um impasse para as famílias comvulnerabilidade econômica. “Muitas famílias preferem que seus filhos sejam aposentados por invalidez para terem o benefício do INSS [Instituto Nacional do Seguro Social]garantido, que pode ser revertido no tratamento, a entrarem num empregoinseguro. Se perdem o emprego precisam recorrer novamente ao INSS e aío processo é demorado”, argumentou a psicóloga.Para ela, o Brasil deveria seguir o exemplo da Itália para avançar mais rapidamente na garantia dos direitos sociais às pessoas com Down.“A Itália é referência mundial. O país tem empregado mais de 30 mil pessoas com Síndrome de Down e hoje discute a aposentadoria”, afirmou.Marina relata que na Itália existe incentivo de um ano de benefício para as pessoas com deficiência se manterem no emprego e também o seguro-desemprego, o que estimula as pessoas nessa condição a ingressarem no mercado do trabalho.Os problemas enfrentados pelas pessoas com Sídrome de Down foram discutidos neste final de semana em vários pontos do país por ocasião do Dia Internacional da Síndrome de Down ,celebrado neste sábado (21).