Crise mundial não afeta demanda por investimentos no BNDES

13/11/2008 - 16h38

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A demanda por investimentos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) continua aquecida a despeito do momento vivido pelo mundo com os efeitos da crise financeira. A informação foi dada hoje (13) pelo presidente do banco, Luciano Coutinho.

Ele disse que as consultas de investimentos em outubro mostraram aceleração. “O apetite privado para investir, surpreendentemente, permanece muito firme. E isso tem nos demandado uma atuação afirmativa de apoiar o investimento, que é fundamental para o crescimento da economia brasileira”, afirmou.

Os desembolsos do banco, no acumulado de janeiro a outubro, alcançaram R$ 71,5 bilhões, mantendo a tendência de crescimento do desembolso emtorno de 30%, no período.

A expectativa, de acordo com Coutinho, é chegar a R$ 90 bilhões até o final deste ano, ultrapassando a estimativa feita no início do ano, que era de R$ 80 bilhões.

Para isso, a instituição deverá manter os desembolsos na escala de R$ 10 bilhões por mês, nos dois últimos meses do ano, destacou Coutinho. Ele acredita que, ao longo de 2009, o BNDES continuará com uma demanda firme por investimentos, considerando o volume de aprovações já efetuadas nos últimos 12 meses até outubro (R$ 120 bilhões) e de enquadramentos realizados no mesmo período (R$ 154 bilhões).

“Considerando que boa parte disso vai ser aprovada, é provável que continuemos tendo uma demanda muito forte sobre o BNDES. E o banco estará preparado para manter o seu papel de grande financiador do investimento e da formação de capital.” Análises preliminares sinalizam  que os desembolsos do BNDES, no próximo ano, ficarão acima de R$ 90 bilhões.

Coutinho afirmou que o BNDES vai diversificar  as fontes de recursos, mas admitiu que, sem o apoio do Tesouro Nacional, “será difícil fechar um hiato tão grande de recursos”. 

Para ele, o desempenho do BNDES até outubro revelaque o investimento deve continuar crescendo. A formação bruta de capital fixo da economia mostracrescimento positivo há 18 trimestres consecutivos e, há 13 trimestres,cresce em ritmo maior que o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezasproduzidas no país.

As liberações efetuadas pelo bancototalizaram o recorde de R$ 86,6 bilhões de novembro de 2007 a outubrodeste ano. O estoque de aprovações em 12 meses atingiu R$ 119,6bilhões.