MPF vai investigar excesso de urânio em poços artesianos de município baiano

11/11/2008 - 0h16

Da Agência Brasil
Brasília - O Ministério Público Federal vai investigar a denúncia decontaminação dos poços artesianos que abastecem a população de Caetité (BA) feita pela organizaçãonão-governamental Greenpeace. A entidade coletou algumas amostras de água que indicaram nível de urânio acima do permitido pelo ConselhoNacional do Meio Ambiente (Conama). O relatório com os dados foi divulgado pela organização no dia 16 de outubro.“O MinistérioPúblico vai investigar agora se esse nível de urânioacima do permitido é em razão da atividade dasIndústrias Nuclearesdo Brasil (INB) ou se é característico da própriaregião, que é naturalmente radioativa”, explicou aprocuradora do Ministério Público Federal na Bahia,Flávia Galvão Arruti, em entrevista hoje (11) aoprograma Revista Brasil, da Rádio Nacional.O MinistérioPúbico Federal realizou uma audiência pública emCaetité, cidade a 700 quilômetros de Salvador, na última sexta-feira (7) paraouvir a comunidade local sobre a questão.“O Ministério Públicoanunciou diversas medidas que iria adotar, entre elas a realizaçãode uma auditoria independente, com peritos que serãodesignados pelo Ministério Público Federal, com aparticipação da população, da INB e daComissão de Energia Nuclear” afirmou Flávia. A finalidade é verificar se a INB tem ou nãoresponsabilidade na contaminação.Para a procuradora,o Greenpeace fez um excelente trabalho. “[O movimento] foi o catalizadordessas informações. Apesar de já existir umprocedimento administrativo no Ministério Públicoinvestigando a INB, é a primeira vez que chega uma denúnciasobre elevado índice de urânio em Caetité.”