Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) avançou em todas as sete capitais analisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na primeira leitura de novembro. De acordo com o resultado divulgado hoje (11), em São Paulo, capital que tem o maior peso na formação da taxa global, o IPC-S subiu de 0,54%, referente ao último levantamento, para 0,65%.De acordo com o coordenador do IPC Brasil, André Braz, os alimentos, especialmente os in natura, pressionaram a taxa. Ele alertou, no entanto, que não se trata de uma tendência de alta generalizada nesse grupo.“A alimentação pressionou a inflação nessa leitura, mas ela não foi generalizada. Alimentos importantes no consumo do brasileiro, como feijão e arroz, estão pressionando menos [a inflação], mas houve um aumento forte nos preços das frutas. Em Belo Horizonte, por exemplo, elas saíram de uma alta de 2,5% para mais de 10% nesse levantamento”, destacou.Segundo Braz, esse movimento foi motivado pela sazonalidade, que leva à escassez de algumas frutas, como o mamão, no mercado esta época do ano.“Essa volatilidade dos preços dos alimentos in natura não deve continuar puxando a inflação nas próximas semanas. Ao contrário, a menor pressão exercida pelo feijão, pelo arroz, pelos derivados do trigo e da soja, que apresentam tendência de recuo, devem se tornar mais evidentes”, ressaltou.As outras capitais que também registraram avanço do IPC-S foram Belo Horizonte (de 0,29% para 0,49%), Brasília (de 0,50 para 0,93%), Porto Alegre (de 0,18% para 0,50%), Recife (0,45% para 0,68%), Rio de Janeiro (de 0,54% para 0,55%) e Salvador (de 0,32% para 0,41%).O IPC-S passou de 0,47% para 0,58%, o que representou uma alta de 0,11 ponto percentual. Para calcular o índice, a Fundação Getulio Vargas coleta preços de aproximadamente 450 produtos e serviços usados por famílias com renda mensal de um a 33 salários mínimos residentes em sete capitais.