Políticas públicas devem dar atenção à saúde e combater as desigualdades

06/11/2008 - 18h03

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Políticas de promoção da saúde, expansão da atenção básica e combate às desigualdades sociais. De acordo com o diretor do Departamento de Análises de Situação de Saúde (Dasis) do Ministério da Saúde, Otaliba Libânio, o capítulo Mortalidade no Brasil e Regiões da publicação Saúde Brasil 2007 mostra que esses devem ser os focos do governo para melhorar o quadro da mortalidade no Brasil.Para o diretor, o ministério já tem trabalhado nesse sentido e alguns dados mostram isso. “Por exemplo, a redução das mortes em crianças menores de um ano”. No entanto, outros dados trazidos pelo estudo são preocupantes. De acordo com ele, a violência talvez revele o dado mais preocupante. Embora o número de mortes no trânsito e por agressão esteja caindo no país, algumas regiões e grupos populacionais não acompanham essa redução.Também chamam a atenção de Libânio a melhoria nos dados da Região Nordeste e as estatísticas ainda muito ruins do Norte. “A desigualdade é um dos problemas mais sérios no Brasil e as políticas de saúde, as políticas sociais estão trabalhando nessa direção, na redução dessa desigualdade, mas esses dados mostram ainda a persistência [dessa situação]”, afirmou.Segundo o diretor, o ministério tem políticas importantes, com o objetivo de expandir a atenção básica e também no sentido da promoção da saúde, inclusive financiando ações em estados e municípios. “Então, a gente monitora hoje nas 27 capitais brasileiras todos esses fatores de risco”.Entre as ações que devem ser desenvolvidas, de acordo com o diretor, estão políticas para reduzir os fatores de risco que levam às chamadas doenças da modernidade, como as cardiovasculares, principal causa de morte, hoje, no Brasil. Essas doenças estão diretamente relacionadas a fatores como a falta de atividade física, alimentação inadequada, fumo e álcool.Libânio explicou que uma política social importante nesse sentido foi o aumento da renda. “Então, ele [o trabalhador] já tem condições de adquirir alimentos e agora é trabalhar com que ele faça escolha de alimentos mais saudáveis”, disse.Um segundo passo é trabalhar o contexto social: “Políticas que melhorem o ambiente, propiciem que ele ande de bicicleta, que ele caminhe, e, terceiro, ter políticas sociais, principalmente as políticas de saúde, que ajudem a reduzir essas desigualdades. Se você tiver uma atenção básica qualificada, você reduz essas desigualdades.”