Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O pior da crise está passando, na avaliação do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ao participar da 28ª Reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, ele afirmou que a situação passou da fase aguda e no final de outubro já mostrava sinais de arrefecimento. " Talvez já possamos ver uma luz no final do túnel. Espero que não seja uma locomotiva em sentido contrário", afirmou o ministro, bem-humorado.Segundo ele, embora a situação dê sinais melhores, o desafio, no momento, continua sendo restabelecer e regulamentar o crédito e evitar uma forte desaceleração da economia.Nesse sentido, Mantega enfatizou que o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, tem quase o mesmo desafio que teve o presidente Franklin Delano Roosevelt, em 1933, quando encontrou o país em forte depressão, logo depois da quebra da Bolsa de Valores, em 1929. Para Mantega, Obama tem a vantagem da "antecedência", pois a economia americana não mergulhou em depressão, como na crise de 29, mas sim em uma desaceleração a caminho da recessão. Mantega também destacou que há sinais de que algumas transações já começam a ser realizadas no mercado interbancário norte-americano. "Há a redução do risco-país, que durante o momento de alta tensão subiu muito e atingiu o pico mais elevado. Está em trajetória, está caindo"Um fato inusitado surpreendeu a todos, durante a apresentação de Mantega, que durou mais de uma hora. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva levantou-se de seu lugar, dirigiu-se ao local onde o ministro estava e serviu-lhe um copo de água. Lula foi aplaudido por seu gesto. Brincando, Mantega comentou a atitude: "O presidente está irrigando o ministro da Fazenda com liquidez".