Mais da metade das pessoas que morrem no Brasil são homens, revela pesquisa

06/11/2008 - 13h34

Paula Laboissière*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Embora asmulheres representem a maioria da população brasileira, pesquisa divulgada hoje (6) pelo Ministério da Saúderevela que o índice de mortes entre os homens é maior. De acordo com dadosda publicação Saúde Brasil 2007, deum total de 1.003.350 óbitos ocorridos em 2005, 582.311 eram pessoas do sexomasculino (57,6%).

Aprincipal causa registrada, segundo a pesquisa, foram as doençasisquêmicas do coração – grupo que inclui oinfarto –, responsáveis por 49.128 homens morreram.As doenças cerebrovasculares seguem em segundo lugar noranking, com 45.180 óbitos, seguidas pelos homicídios,com 43.665.

O estudodestaca que a prevalência de mortes em pessoas do sexomasculino se repete em todas as regiões do país.]

De acordo com o diretor do Departamento de Análises de Situação deSaúde (Dasis) do Ministério da Saúde, Otaliba Libânio, as mulheres têmum risco de morte 40% menor do que o dos homens. Além das doenças, eleressalta o efeito da violência, já que 90% dos óbitos por homicídiossão de homens. “Isso altera um pouco o risco de morrer do homem parapior”, disse.

A morte prematura dos homens é um dos dados doestudo que preocupa o ministério, segundo o diretor. “Pode serconseqüência da violência mas também tem a questão de que o homem vaimenos à unidade de saúde, ele se preocupa menos com a saúde, então issotem que ter uma política de saúde voltada para o homem, que é uma dasprioridades também do ministério [da Saúde] nesse momento”, completou.

Dentreas principais tendências de mortalidade para os homensapontadas pela pesquisa no período entre 1980 e 2005, asdoenças do aparelho circulatório (doençacardiovascular, doenças isquêmicas e cerebrovasculares),as causas externas (homicídios e acidentes de transporte) e asneoplasias (cânceres de traquéia, brônquio,pulmão, próstata e estômago) são as quemais mataram mais homens de15 a 59 anos de idade.

A base deinformações utilizada na publicação foi o Sistema de Informações de Mortalidade doMinistério da Saúde, que capta os óbitosocorridos no país dentro ou fora de ambiente hospitalar e comou sem assistência médica. De acordo com o ministério,a tendência de morte não varia muito em um curto períodode tempo e as informações refletem a atual situaçãoda mortalidade no país.

Em 2005, o sistema registrou 1.006.827 óbitos em todo o país – umíndice de 5,5 mortes por mil habitantes. A base populacionalutilizada foi a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE) para o ano de 2005, 184.184.074habitantes.