Empresários defendem ações do governo para conter efeitos da crise

06/11/2008 - 14h27

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Conselheiros da área empresarial defenderam hoje (6), na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), as medidastomadas pelo governo para conter os efeitos da crise financeira internacional no Brasil.O presidente daAssociação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib),Paulo Godoy, disse que as medidas para estabilização do câmbio sãofundamentais para a manutenção dos fluxos de negócios na indústria dainfra-estrutura. "Hoje foi mostrado que as ações que as autoridades monetárias estãotomando para estabilizar o câmbio são fundamentais para manter osfluxos de negócios, para o estabelecimento de preços e para que nóspossamos dar continuidade às nossas atividades."Ele também afirmou que é necessário continuar cuidando da questãodo crédito porque "é a porta de entrada para que a crise tome outradimensão na economia brasileira". "O mundo inteiro está procurando umamaneira de fazer fluir o crédito para as atividades produtivas, para oinvestimento e para o consumo", acrescentou.O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), ArmandoMonteiro Neto, reconheceu o esforço que o governo está fazendo paradisponibilizar dinheiro no mercado. "Há um esforço [do governo] para prover liquidez, seja em moeda estrangeira, seja em reais".Ele disse ainda que a indústria está tendo dificuldades deoperações para conseguir capital de giro e também dificuldadesdecorrentes da instabilidade cambial. "Todos sabem que o conteúdo deimportação da produção industrial vem aumentando muito e há dificuldadede formar preço nessa área", disse.O presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), FábioBarbosa, reconheceu que a ação do Banco Central com a liberação decompulsórios bancários "tem ajudado a aumentar a liquidez ereestabelecer o equilíbrio do mercado". Ele também disse que os leilões de dólares, promovidos pelo BancoCentral, tem contribuído para injetar moeda estrangeira nomercado e evitar uma alta expressiva. "Leilões de dólares vem compensando a escassez de dólares domercado externo, evitando assim a desvalorização do real", explicou. O presidente do Grupo Pão de Açúcar, Abílio Diniz disse que o mundovai ter que sofrer ajustes para sair da crise e que os países comsolidez econômica vão sair fortalecidos da crise. "O importante é queapós essa crise, aqueles do mundo real vão sair fortalecidos e tambémos países melhor preparados e com seus fundamentos econômicos sólidossairão fortalecidos", disse.