Fusão de bancos não prevê demissões

03/11/2008 - 18h56

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Os presidentes do BancoItaú, Roberto Setubal, e do Unibanco, Pedro Moreira Salles,afirmaram hoje (3) que a fusão das duas instituiçõesnão causará demissões nem fechamento deagências. Em entrevista coletiva concedida nesta tarde, em SãoPaulo, ambos disseram que a junção dos bancos foiacertada visando o crescimento das empresas envolvidas. Portanto,para eles, não faria sentido a demissão detrabalhadores.“Nossa intençãoé manter as agências e não haverá planospara demissão”, afirmou Setubal, ressaltando que a nova empresa terá mais de 4 mil agências - mil do Unibanco, mais 3 mil do Itaú.“É lógicoque podem existir sobreposições em alguns postos detrabalho, mas são poucos”, complementou Salles. “Podehaver um momento de transição, mas, em três ouquatro anos, queremos aumentar o número de funcionários.”Ainda de acordo comSetubal e Salles, a fusão dos bancos criará a IUParticipações. Para eles, essa nova empresa terácapacidade de se inserir no mercado global e, dentro de cinco anos,tornar o que eles chamaram de global player,ou seja, uma empresa com negócios em vários países.SegundoSetubal, a América Latina deve ser o primeiro mercado a serexplorado pela IU, mas que será estudada a possibilidade deentrada em outros países. “A América Latina éo caminho natural, pelos índices de crescimento econômicoe pelas semelhanças culturais”, afirmou, acrescentando quetanto Itaú quanto Unibanco já mantêm agências no Mercosul.Ele afirmou tambémque ainda não estão definidas possíveis mudançasem marcas das duas empresas. Só adiantou que a primeiraalteração prática será a integração dasredes de caixa-eletrônicos para que clientes das instituições possam usar as máquinas de qualquer um dos bancos.Salles informou que a tendência é que o volume deempréstimos aumente. Segundo ele, o patrimônio líquidoda nova empresa será de R$ 52 bilhões e as carteiras decréditos somam R$ 225 bilhões.Ele avisou, porém, que os planos de crescimento só poderão ser colocados em prática depois de o Banco Central aprovar a fusão. Procurado, o BC disse ainda não ter informações sobre o negócio.